STJ mantém condenação e aposentadoria do “japonês da federal”
15 de março de 2016
Carta aberta ao ministro Eugênio Aragão
22 de março de 2016

Novo ministro Eugênio Aragão brigou contra e foi vítima dos vazamentos

Marcelo Auler

O anúncio da nomeação de Eugênio Aragão preocupa delegados da Polícia Federal os quais, no passado, representaram contra o hoje subprocurador.A discussão foi em torno de vazamento de documentos de operações policiais. Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ.

O anúncio da nomeação de Eugênio Aragão preocupa delegados da Polícia Federal os quais, no passado, representaram contra o hoje subprocurador.A discussão foi em torno de vazamento de documentos de operações policiais. Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ.

O anúncio do nome do novo ministro da Justiça, o subprocurador da República Eugênio Aragão, de 56 anos, trouxe preocupação há muitos e logo começaram a surgir “velhas denúncias” contra o mesmo em uma tentativa de mostrar que seu objetivo é, controlar o Departamento de Polícia Federal (DPF) para paralisar as investigações da Operação Lava Jato.

Nos bastidores, como sabem que um ministro da Justiça não tem poderes administrativos, judiciais ou mesmo político para tamanha façanha, a luta é para evitar o controle do DPF que, no entendimento de muitos, ficou solto nestes anos de governo de Dilma Rousseff.

Aragão é ligadíssimo a Rodrigo Janot e certamente não jogará contra o procurador-geral. Sem falar que, como vice-procurador eleitoral, no TSE, foi contra a tese da defesa da presidente Dilma de que provas emprestadas da Lava Jato não poderiam ser usadas no processo reaberto para analisar as contas de campanha dela. Opinou favoravelmente justamente na ação que a oposição vê como uma das chances de retirá-la, junto com o vice Michel Temer, das cadeiras que ocupam.

O que realmente deve preocupar a Polícia Federal é que o passado de Aragão mostra um posicionamento firme na defesa dos direitos do cidadão, do principio do processo legal e, obviamente, contra  os vazamentos que a polícia e também seus colegas da Procuradoria praticaram e continuam a praticar. Ele próprio foi vitima deles. Também por causa de ter buscado medidas para conter os vazamentos de documentos obtidos em Nova Iorque, virou alvo de uma representação assinada pelos delegados Luis Flávio Zampronha e Erika Mialik Marena. Esta última, hoje, além de ser uma das chefes na Operação Lava Jato é também representante da ADPF em Curitiba.

Érika é citada como uma das estrategistas dos vazamentos na Operação Lava Jato em um depoimento ouvido pela delegada Tânia Fogaça, da Corregedoria Geral do DPF em Brasília, no Inquérito Policial 737/2015. Na ocasião, lhe foi relatada a prática do vazamento de informações para a imprensa, como forma de blindar a Operação Lava Jato. A tática de vazamento visa atrair atenção da mídia e da opinião publica, e a partir dai evitar q se abafe a investigação.

Ao se tornar público detalhes da investigação, cria-se constrangimento ao governo e evita-se assim pressões políticas e/ou administrativas. Nesse depoimento explicaram que a delegada Érika foi uma das que importou esta estratégia do trabalho na Operação Satiagraha. Mas a tática do vazamento, como lembra o subprocurador Aragão, também foi usada na Operação do Banestado em que ela teve papel importante, tanto que assinou com o chefe a representação contra o então procurador da República. Também consta do depoimento o relacionamento próximo dela como o repórter Mario Sérgio de Carvalho, da Folha de S. Paulo. Uma relação profissional iniciada na Operação Satiagraha, em São Paulo. Com frequência, ele foi visto e chegou a ser filmado saindo das sala da delegada, no início da Lava Jato, segundo relataram à delegada Tânia.

como de hábito, ao surgir a indiciação do subprocurador para algum cargo, reaparece a história de que teria atrapalhado investigações em 2005. Reprodução site Veja.

como de hábito, ao surgir a indiciação do subprocurador para algum cargo, reaparece a história de que teria atrapalhado investigações em 2005. Reprodução site Veja.

Vazamentos para a imprensa – Em 2005, Aragão, junto com a servidora Wanine Santana Lima, coordenadora-geral do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, criado no governo Lula pelo ministro Marcio Thomaz Bastos, foram acusados pelos dois delegados de tentarem impedir que autoridades norte-americanas repassassem documentos sobre contas bancárias de brasileiros nos EUA. Uma delas seria a do publicitário Duda Mendonça. A denúncia rapidamente circulou na imprensa: Ministério atrapalha investigação, diz PF, publicada na Folha de S. Paulo, em 5 de novembro.

Toda vez que o nome de Aragão aparece indicado para algum cargo, a história volta a ser relembrada. Foi assim quando participou de uma lista sêxtupla para ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e quando, por duas vezes, cogitaram seu nome para o Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, não foi diferente. Na terça-feira, a nota saiu no Radar da Veja (reprodução ao lado).

A representação foi entregue ao então diretor geral do DPF, delegado Paulo Lacerda. Mas quem fez uso dela foi o subprocurador Moacir Machado Guimarães que a usou para representar contra o colega na Corregedoria da PGR. Aragão já havia presidido uma Comissão de Inquérito contra ele.

Foi a representação de Guimarães ao corregedor Eithel Santiago, hoje membro do Conselho Superior do Ministério Público, que gerou o inquérito administrativo contra Aragão. Como ele recorda, disseram “que eu fui para os Estados Unidos para atrapalhar o trabalho da Polícia, para beneficiar – olha só – Duda Mendonça, que eu nem conheço. Nunca vi mais gordo”. A história, na sua versão, é outra:

“Na  verdade, o Antônio Fernando – procurador-geral à época -me mandou para os Estados Unidos para botar ordem no “chiqueiro”. Portanto, dizer que eu estava querendo manipular só se o Antônio Fernando quisesse manipular. E olha que ele estava à frente do mensalão. Ele me mandou para lá porque  delegados e de procuradores ia ao gabinete do procurador de Manhattan, pegavam provas que bem lhes aprouvessem, passavam no consulado do Brasil, carimbavam os documentos no consulado, traziam debaixo do braço e usavam como prova aqui. Sem nada. Sem passar pelo DRCI. Só que essas provas – que eram extratos bancários e coisas do gênero – no dia seguinte apareciam na imprensa: Globo e Veja”. Pelo seu relato,foi por conta dos vazamentos que lhe mandaram a Nova Iorque:

“Eu fui lá mostrar para as autoridades americanas que não dava para ser assim porque estava havendo vazamento. Eu mostrei para eles, inclusive, o vazamento que estava tendo em O Globo. O cara quase caiu para trás. Ficou furioso. Porque nos EUA, se uma prova aparece no jornal, aparece em público, antes que o grande júri tome conhecimento, a prova torna-se imprestável. Estavam aparecendo as provas que tinha um caso nos EUA, porque era compartilhamento de prova. Então ele ficou furioso. Ai ele reuniu os delegados comigo do lado e, conforme minha recomendação, disse, ‘doravante ninguém vai mais levar papel daqui. O que vocês podem fazer são as anotações para fazerem os pedidos formais e, como base nisso a gente encaminha via Departamento de Justiça para o Ministério da Justiça e aí vai para a mão de vocês dentro do caminho indicado pelo acordo Brasil-EUA de cooperação judiciária“.

Unanimidade no arquivamento – Surgiu daí a representação dos delegados para o diretor Paulo Lacerda. “Só que a representação, antes de chegar ao Lacerda, já chegou na Globo, Folha de São Paulo e tal. Aí os cara me detonaram”, lembra. O novo ministro, que assume o posto nesta quinta-feira (17/03), teve que responder a um inquérito no Conselho Superior do Ministério Público. Como as testemunhas eram os delegados, a Comissão de Inquérito da Procuradoria se deslocava para Curitiba.

“Eu tive que me defender lá em Curitiba, pagar passagem, advogado e tudo mais para ir a Curitiba me defender. Foi em Curitiba porque lá é que estava correndo a Operação Banestado. porque as testemunhas estavam lá, os delegados.Mas, por unanimidade, foi arquivado”, recorda.

Curiosamente, o subprocurador Guimarães, membro do Conselho Superior do MPF, não se deu por impedido para apreciar a representação de sua autoria. Os dez votos foram pelo arquivamento sendo que nove conselheiros entenderam que nada do que relataram tinha ocorrido. Contaram, inclusive, com o depoimento do procurador-geral, Antonio Fernando, assumindo que foi ele quem mandou Aragão a Nova Iorque. O voto de Guimarães, embora pelo arquivamento, teve a justificativa da prescrição

Paulo Lacerda: houve uma acomodação de um momento novo que se vivia. Marcio Thomaz Bastos foi essencial, pois era uma pessoa respeitada.

Paulo Lacerda: houve uma acomodação de um momento novo que se vivia. Marcio Thomaz Bastos foi essencial, pois era uma pessoa respeitada.

Na lembrança de Paulo Lacerda, tudo foi decorrente de um período novo que se vivia.

“Aquele momento foi um divisor de água do processo de obtenção de informações no exterior. Começou exatamente ali, pós 11 de setembro de 2001. O governo Lula começou em 2003, portanto muito próximo. Os americanos queriam facilitar a troca de informações, o intercâmbio de informações com a finalidade de saber não apenas sobre questão de corrupção, como também eventuais ações, por detrás, de lavagem de dinheiro de terrorismo. Por isso eles facilitavam muito. Com a criação do DRCI, houve uma disputa institucional pela primazia da atribuição no tocante a esta área de lavagem de dinheiro e recuperação de ativos no exterior, entre o DRCI, o MP, e a Polícia Federal. Naturalmente que todos aqueles que tinham acesso a estas informações tinham também o seu relacionamento com este ou aquele repórter e foi isso que aconteceu. Mas, o Ministério Público também vazava muito. Foi o Dr. Marcio quem acomodou tudo isso“.

Em tempo, como lembra Lacerda, Duda Mendonça acabou absolvido no processo do mensalão.

A “acusações” a Aragão não para por aí. Vira e mexe, como aconteceu novamente esta semana, surge também a história de que ele, no cargo de procurador-geral da UNB, em 1986, teria feito a defesa do uso da maconha dentro do campus universitário. É algo que circula há anos e sempre volta ao noticiário quando o nome dele reaparece.

“Esta saiu ontem (segunda-feira, 14/03) na coluna do Reinaldo Azevedo, da Veja. Ele disse que eu fiz a defesa do uso da maconha no campus. É uma notícia estapafúrdia. Sustentei que a autonomia universitária não os ampararia. E que se quisessem ir pela desobediência civil, tinham que arcar com as consequências legais. O inquérito foi arquivado. Isso tudo só dá para rir, pois eles ficam se esforçando para pegar uma coisa de 1986 para me difamar. A última que falam é que eu sou “daimista”. Que eu sou do Santo Daime. Eu fui da União do Vegetal, eu bebia o vegetal, bebia o chá. Mas, não frequento há mais de 10 anos. Eu fui. E daí? É permitido”, explica.

ADPF resolveu apressar a campanha pela autonomia do Departamento de Polícia Federal, em mensagem que pedem para não repassarem a agentes, peritos e escrivães

ADPF resolveu apressar a campanha pela autonomia do Departamento de Polícia Federal, em mensagem que pedem para não repassarem a agentes, peritos e escrivães

Apoio da sociedade – O fato é que a posse do subprocurador Eugênio Aragão, nesta quinta-feira, de certa forma gera apreensão entre os policiais federais.

Certamente se engana quem pensa que ele poderia ter poderes para paralisar as investigações. Não os tem e nem deve lhe interessar esse jogo. Mas, provavelmente, poderá exercer autoridade sobre o DPF exigindo esclarecimentos de diversas pendências que ficaram no ar a partir do trabalho da Força Tarefa da Operação Lava Jato. Diante disto, delegados federais começam a se mobilizar também.

Prova é a nota que a a Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiu aos seus associados conclamando-os a intensificarem a luta pela autonomia do departamento:

Colegas, os próximos passos do governo para controlar a PF serão extremamente prejudiciais para nós todos. Precisamos acelerar a campanha da autonomia em duas frentes nesse momento. A PEC 412 na Câmara dos Deputados e a PEC 101 no Senado. Essa é nossa missão para defender nosso cargo e a PF como queremos. Então, como ação de emergência, todos os deputados e senadores devem ser visitados nos próximos dias, afirma o presidente da ADPF-Bahia,  delegado Rony José Silva.

Ele ainda acrescenta ao final: “Outra missão de extrema importância é conseguir apoio para nossa campanha com entidades da sociedade civil, ONGs, igreja, tudo que puderem.  A bandeira da autonomia tem que ganhar a sociedade civil. Essa mensagem acima pode ser levada a grupos regionais exclusivos de Delegados.  Não deixem chegar essa informação aos EPAs. Contamos com a participação efetiva de todos“.

EPAs é a sigla como são tratados internamente os “Escrivães, Peritos, e Agentes” federais. Ou seja, além de apreensivos, continuam disputando com agentes, escrivães, peritos e demais categorias do Departamento, numa briga interna que parece que jamais terminará.

 

36 Comentários

  1. […] supostos danos morais e danos à sua imagem. Todas as ações estão relacionadas às reportagens Novo ministro Eugênio Aragão brigou contra e foi vítima dos vazamentos (16/03/2016) e Carta aberta ao ministro Eugênio Aragão (22/03/2016), publicadas aqui no Blog, […]

  2. […] e danos à sua imagem. Todas as ações estão relacionadas às reportagens Novo ministro Eugênio Aragão brigou contra e foi vítima dos vazamentos (16/03/2016) e Carta aberta ao ministro Eugênio Aragão (22/03/2016), publicadas […]

  3. […] ao contraditório, e impediu por três anos o acesso público às reportagens Novo ministro Eugênio Aragão brigou contra e foi vítima dos vazamentos (16/03/2016) e Carta aberta ao ministro Eugênio […]

  4. […] a proibição inconstitucional que vetou as matérias e permite que aos leitores acesso às mesmas: Novo ministro Eugênio Aragão brigou contra e foi vítima dos vazamentos (16/03/2016) e Carta aberta ao ministro Eugênio Aragão […]

  5. joao disse:

    Insistir em colocar um procurador do ministério público como ministro da justiça é totalmente imoral. Porque eles não indicaram diretamente o Janot?
    Essa historia que Janot deve favores a Lula precisa ser esclarecida.

  6. Alberto S disse:

    Pura alucinação coletiva!!!
    Quem é dono da verdade?

  7. Sergio disse:

    Essa é a versão do Eugênio Aragão, só isso. Há um jogo de poder e personagens que vivem nas sombras, cada qual com sua versão dos fatos. Nada prova o contrário de que não foi para tumultuar e obstruir a justiça. A versão dele, é dele. Sendo que, nos áudios houve alguém dizendo: “dá um truco no Janot” isso significa que Janot e seus amigos, no caso, este Eugênio Aragão, não são de confiança para aqueles que querem justiça limpa, repito, um grande jogo.

  8. Joao disse:

    Jornalista (logo, midia golpista…), porque estao defendendo sigilo de bandido? Não falamos dos cidadãos comuns. Mas de SERVIDORES em cargos ELETIVOS. A publicidade vai prevalecer (afinal a midia golpista nao pode ter esse monopolio).

  9. Manu disse:

    Nota à sociedade

    Tomamos conhecimento na data de ontem (16/03/2016) de que o Juiz Federal Sérgio Moro, acolhendo pedido de Procuradores da República da Força Tarefa Lava Jato, autorizou nos autos do Processo nº 98.2016.4.04.7000/PR, a realização de interceptação do telefone celular do advogado Roberto Teixeira.

    O advogado Roberto Teixeira funciona naquele processo e em outros procedimentos a ele relacionados como advogado do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fato público e notório e comprovado por meio de procuração juntada aos autos e pelo acompanhamento pessoal de atos processuais. Isso significa que a intenção do juiz e dos membros do Ministério Púbico foi a de monitorar os atos e a estratégia de defesa do ex-Presidente, configurando um grave atentado às garantias constitucionais da inviolabilidade das comunicações telefônicas e da ampla defesa e, ainda, clara afronta à inviolabilidade telefônica garantia pelo artigo 7º, inciso II, do Estatuto do Advogado (Lei nº 8.906/1994).

    Cite-se, como exemplo disso, a conversa telefônica mantida entre o advogado Roberto Teixeira e o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no momento em que este último foi surpreendido, no dia 04/03/2016, pela arbitrária condução coercitiva determinada pelo próprio Juiz Federal Sérgio Moro. Toda a conversa mantida entre advogado e cliente e a estratégia de defesa transmitida naquela oportunidade estava sendo monitorada e acompanhada por Moro e pela Polícia Federal, responsável pela condução do depoimento.

    A justificativa do juiz Moro lançada no processo para grampear o advogado foi a seguinte: “O advogado Roberto Teixeira, pessoa notoriamente próxima a Luis (sic) Inácio Lula da Silva, representou Jonas Suassuna e Fernando Bittar na aquisição do sítio de Atibaia, inclusive minutando as escrituras e recolhendo as assinaturas no escritório de advocacia dele”. Essa afirmação é a maior prova de que Roberto Teixeira foi interceptado por exercer atos privativos da advocacia — o assessoramento jurídico de clientes na aquisição de propriedade imobiliária — e não pela suspeita da prática de qualquer crime.

    Moro foi além. Afora esse grampo ostensivo no celular de Roberto Teixeira, também foi determinada a interceptação do telefone central do escritório Teixeira, Martins e Advogados, gravando conversas dos advogados Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins e de outros membros que igualmente participam da defesa do ex-Presidente Lula e de seus familiares — inclusive no processo sob a presidência do Juiz Moro. O grampo do telefone central do escritório foi feito de forma dissimulada, pois o juiz incluiu o número correspondente no rol de telefones que supostamente seriam da empresa LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda., que tem como acionista o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    A estratégia do juiz Sérgio Moro e dos membros da Força Tarefa Lava Jato resultou no monitoramento telefônico ilegal de 25 advogados que integram o escritório Teixeira, Martins & Advogados, fato sucedido com a também ilegal divulgação das conversas gravadas nos autos do processo, juntamente com a divulgação de outras interceptações ilegais.

    Não é a primeira vez que o Juiz Moro protagoniza um ato de arbitrariedade contra advogados constituídos para assistir partes de processos por ele presididos. Por exemplo, no julgamento do HC 95.518/PR, pelo Supremo Tribunal Federal, há registros de que o juiz Moro monitorou ilegalmente advogados e por isso foi seriamente advertido pelos Ministros daquela Corte em 28.05.2013.

    O Juiz Sérgio Moro se utiliza do Direito penal do inimigo, privando a parte do “fair trail”, ou seja, do julgamento justo. Não existe a imprescindível equidistância das partes e tampouco o respeito à defesa e ao trabalho dos advogados.

    Atenta contra o devido processo legal e a todas as garantias a ele inerentes o fato de Moro haver se tornado juiz de um só caso, conforme resoluções emitidas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª. Região e atuar com pretensa jurisdição universal, atropelando até mesmo o sagrado direito de defesa.

    Além das medidas correcionais e judiciais cabíveis, o assunto será levado à Ordem dos Advogados do Brasil para que, na condição de representante da sociedade civil, possa também intervir e se posicionar em relação a esse grave atentado ao Estado Democrático de Direito.

    Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins

    • Junior disse:

      Quem está cidadão e tem valores positivos e honestos não tem o que temer.

      • Joao disse:

        Sim e nem é só uma “questao moral”. é um principio constitucional, e que essa bandidagem tem usado bem (expor o cidadão a titulo de transparencia). FIGURA PUBLICA, nao tem que ter SIGILO. O STF vai pacificar isso, espero, e esses jornaleiros vao perder a teta.

  10. Gilberto Rezende disse:

    Sobre o comentário final da recomendação dos DELEGADOS sobre os EPAS…
    É assim em todo o serviço público, os Auditores da Receita federal, os Advogados da União na AGU, nos Promotores no Ministério Público e em outros Órgãos capitais…

    O MAIOR erro político do PT, do Lula e da Dilma, foi receber a então recente criação das Carreiras Típicas de Estado do segundo mandato de FHC by Claudia Costin, manteram, não revisaram e se aproveitaram politicamente descaradamente tratando os servidores públicos como décima prioridade de governo e sim como NÃO-TRABALHADORES.
    Nunca dando o reajuste constitucional geral em janeiro como manda a Constituição e quase sempre colocando como representante do governo nas mesas de negociação com as carreiras separadas estilo Maquiavel com os servidores públicos usando representantes políticos oriundos da militância sindicalista civil com CLAROS problemas de pré-conceito em relação aos servidores estatais.
    O PT no governo federal acolheu, nutriu e criou a COBRA das Carreiras Típicas de Estado, onde a maioria das atuais “Autoridades” que buscam os holofotes da Mídia de Direita mostrando-se como NATOS representantes da Classe Brâhmane da Elite do Serviço Público do Brasil e que, como mostra o post, tratam os OUTROS servidores da sua instituição como os “EPAs Dahlitis” inferiores que não podem saber e não podem ter acesso aos seus altos esquemas de poder.
    LULA, o PT e Dilma criaram o monstro que agora tenta devorá-los…
    Entendeu o TAMANHO DO ERRO POLÍTICO PETISTA ???

  11. Gilberto Rezende disse:

    Sobre o comentário final da recomendação dos DELEGADOS sobre os EPAS…
    É assim em todo o serviço público, os Auditores da Receita federal, os Advogados da União na AGU, nos Promotores no Ministério Público e em outros Órgãos capitais…

    O MAIOR erro político do PT, do Lula e da Dilma, receberem a recente criação das Careiras típicas de Estada do segundo mandato de FHC by Claudia Costin, manterem, não revisarem e se aproveitarem descaradamente tratando os servidores públicos como décima prioridade de governo e como NÃO-TRABALHADORES. Nunca dando o reajuste constitucional único em janeiro como manda a Constituição e quase sempre colocando como representante do governo nas mesas de negociação com os servidores públicos representantes políticos oriundos da militância sindicalista civil com CLAROS problemas de pré-conceito com os servidores estatais.
    O PT no governo federal acolheu, nutriu e criou a COBRA das Carreiras Típicas de Estado onde a maioria das “Autoridades” que buscam os holofotes da Mídia de Direita como NATOS representantes da Classe Brâhmanes da Elite do Serviço Público e que tratam os OUTROS como os EPAs Dahlitis que não podem saber e não ter acesso aos seus altos esquemas de poder.
    LULA e o PT criaram o monstro que agora tentam devorá-los…
    Entendeu o TAMANHO DO ERRO POLÍTICO PETISTA ???

  12. João paulo disse:

    Isso tudo que está acontecendo vai sobrar P o Delegado Alfredo e Tania…estão enrolando as sindicâncias p protegerem os PFs de Curitiba…prevaricaram p proteger eles….corregedor, DG…estão todos na merda….que venha logo o PMDB para passar a régua em todo mundo e libertar a PF desses caras….infelizmente não vai sobrar muito da PF….

  13. C.Paoliello disse:

    É preciso apurar tudo que esteve envolvido no golpe de ontem. PF, procuradores, Moro, não deve ficar pedra sobre pedra até tudo ficar muito bem esclarecido. Espero que a cúpula da PF já esteja sumariamente demitida enquanto escrevo essas linhas.

  14. […] a matéria de Marcelo Auler sobre o novo ministro da Justiça, o ex-subprocurador-geral Eugênio […]

  15. Manu disse:

    O Cara não pode falar o que pensa, o cara que foi presidente não pode conversar com ninguém, tem que ficar queto, sendo perseguido e empurrado para o abismo, meu Deus deve rolar muita grana nessa imprensa para esses caras terem essas opiniões sem lógica, precisa abrir é um processo contra essa imprensa, virou casa da mãe joana

  16. Sérgio Freitas disse:

    Questão ética só não… é crime mesmo. Pelo menos era. Agora não sei mais a que lei estamos submetidos. Sinceramente só vi verdades nas palavras do ex presidente gravadas sem arbítrio.
    Todos acorvadados. O Brasil vai pagar caro por isso.

  17. sassamutema disse:

    O vazamento seletivo das informações de uma operação, em parceria com um veiculo de comunicação notadamente de direita e claramente oposicionista ao governo, configura uma questão ética seríssima. Quantas centenas de horas não deve haver e dos mais variados políticos e partidos? Por que só o trecho que interessa é aberto ao público e sempre com o objetivo de inflamar a opinião pública pró impeachment ? Se isso não é golpe, não sei mais o que é.

  18. Sérgio Freitas disse:

    É hora de equilíbrio. Tá na cara que esses funcionários públicos, estão desequilibrados psicologicamente e não teem a minima condição moral, ética e isensao necessária para estarem a frente disso. Virou pessoal. Uma guerra pessoal aonde se está usando a maquina estatal e seu favor, passando por cima de tudo e de todos e principalmente e Lei. Não é assim que funciona. Não quero esse país pra mim. Hoje você é o beneficiado amanhã, sem dúvida alguma, será a vítima disso que criaram. Nao existem herois fora da lei.

  19. M.M.M disse:

    Ontem consumou-se a maior arbitrariedade e irregularidade do Estado de Direito. A interceptacao ilegal clandestina e criminosa feita pelo Estado-Polícia, colocada em um Relatório Oficial, enviada ao Juiz que determinou o encerramento imediato da interceptacao anteriormente, e o próprio juiz aceitou esse relatório como legal e pior ainda divulgou-o, contra a sua própria decisão !!! O que a OAB vai achar disso? Ainda a PF coloca a culpa……na Operadora !!!! é o fim da Justiça e o começo de um Estado do “puta que o pariu”. SOCORRO.

  20. Maria disse:

    Autonomia é papo furado.

    Se uma instituição cumpre a lei, já é autónoma. Ademais como todas as instituições legais e todas as pessoas.

    Todas as instituições que conheço com essa Total Autonomia na verdade a usam para manobrar orçamentos. Só isso.
    Outras autonomias não existem nem podem existir. São as ilegalidades.

  21. Vitima disse:

    Iam trucidar não amigo. TRUCIDARAM. Jogaram no lixo a honra, a moral, a história de cada um desses policiais e ainda outros que foram e são perseguidos com processos disciplinares para ficarem quietos. Vazamentos, reportagens e processos criminosos e fraudados usando a maquina do Estado e da Imprensa para humilhar e atacar sem do, como se fossem bandidos, invertendo a lógica. Ai se cria o fato e revira-se a vida do cara até achar algo. Qualquer coisa. Foda-se. Se não achar também, e daí ?!
    Mas a conta vai chegar se o MJ e o DPF tiverem o mínimo de respeito a hombridade com essas pessoas faz o que tem que fazer sem medo do que a imprensa Marrom ou a oposição política vai falar. É SO a LEi. Só isso.

  22. golpe anunciado disse:

    Essa Erika Mialenk, que é esposa do Delegado Mauat, ambos da forca-tarefa da LJ, é aquela Marcelo que voce citou aqui sobre o grampo na cela de Youssef, encarregada de receber os audios diarios, juntamente com Marcio Anselmo, trazidos pelo Agente Dalmey Werlang?
    Boas referencias as dela hein! Dando licao de moral no atual MJ e sendo responsavel por induzir Youssef a delatar com audios previos que tinha de sua cela na PF PR…
    Alias, interceptacao telefonica é a especialidade da casa!!!
    Hoje a PF PR divulgou audios ao juiz Sergio Moro depois de sua ordem de paralisacao dos mesmos.
    Gostei da justificativa de abertura do sigilo do audio: ampla defesa!!! Ou sera ampla acusacao politica e popular???
    No mundo juridico sempre se tenta justificar o obvio, com um argumento de direito e garantia fundamental. Daria para ter usado tantos outros de ordem sofistas: moralidade, publicidade dos atos da administracao, garantia do bem comum, proporcionalidade, razoabilidade, direito de informacao, garantia de lisura dos atos administrativos, etc. Sqn!!! Todos estes e qualquer outro afrontam o direito a ampla defesa, ao contraditorio previo e devido processo legal de se respeitar o foro por prerrogativa da Presidente por via indireta. Ou nao se sabia que Lula conversava com a Presidente e Ministros de Estado?
    Montesquieu ja prevendo que todo aquele que detem o poder tende a dele abusa-lo e dai criou a teoria de triparticao dos Poderes, cabendo ao Judiciario dizer o Direito com poder de causar coisa julgada. Julgamentos politicos nesta divisao de poderes sao de competencia do Legislativo. Cabia a JF juntamente com os delegados galáticos de Curitiba se pronunciar politicamente e vazar os audios de pessoas que notoriamente nao tinham foro em primeira instancia?
    De fato, a ordem constitucional e a divisao de Poderes estao abaladas e uma ditadura absolutista vigora no Brasil.
    Mais uma vez parabenizo os autores do grampo da cela do Youssef, do fumodromo, dos vazamentos seletivos, das torturas psicologicas eivadas de atos nulos com a vontade humana viciada, das tentativas de provas forjadas (labogem e Nelma Kodama), das denunciacoes caluniosas contra os tais dissidentes (sqn), etc. por terem subvertido a ordem e agravado a crise economica e politica do Pais, o que faco em none da delegada Erika, Igor, Marcio, Rosalvo, Daniele, Moscardi, Flores, Washington alem de todos os demais de Brasilia que nada apuraram e foram fundamentais para a colaboracao com o fracasso do Governo Federal e agravamento da crise.
    Ao Delegado Roni pela luta e empenho em saber aproveitar o momento politico!
    PF – policia cidadã – a primeira a defender os direitos humanos – Lula que o diga.

  23. ACABOU O CAO disse:

    E agora ??? DPFs Rivaldo, Paulo Renato, Fantom, Júlio, Iegas, Mesquita, Milanese,Cubas, APFs Alysson , Dalmey, Gnazzo, Maria Inês, Claudio… Os do organograma, lembram?! Esses que são os criminosos, MPF???? Q??? Ha? ??aonde?? Porque?????

    Acabou o Cao.

    • dano colateral disse:

      Esses aí são uns coitados. Os aloprados tão detonando a própria dilmona sem vaselina… Iam trucidar a honra desses manés sem qualquer clemência. Direito penal do autor é assim. Escolhe o alvo, inventa uma desculpa qualquer e porrada! Jogados aos leões sem cerimônia ou culpa. Mera estatística:danos colaterais …

      E digo mais. Se apreenderam os celulares do juiz, procuradores e delegados iam encontrar conversas nada republicanas. Será que não se escondem em whatsapps e telegrams da vida? Santa inocência. Estado bandido!

  24. Mario disse:

    Acabou os.juntos e misturados ????????
    PF DIZ QUE A CULPA É DO MORO

    http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1750861-pf-diz-que-gravou-lula-apos-decisao-de-encerrar-escuta-e-responsabiliza-moro.shtml

    MORO. NÃO FALTOU AVISO DO TAMANHO DE QUANTO ESSES CARAS DA PF QUE VOCÊ CONFIOU NÃO VALEM NADAA .

    • Carlos Adonias disse:

      Não acredito que os federais estejam rifando o Moro. Acho que isso foi feito de comum acordo com o juiz vazador. Diante de um possível temor manifestado pelos delegados o juiz deve tê-los acalmado avocando a si a culpa, já que já se acha inimputável pela sua popularidade.

  25. CRIS disse:

    Kkkkkkk….interromper a interceptação? Não leva dois segundos!!!!kkkkkkkkk…..não é DPF Daniele, Coordenadora Regional de Interceptação de Sinais? Chega a levar dois segundos? Da muito trabalho? Vou testemunhar!!!!! Já vou procurar email do ministro da justiça!!!!

    • Manu disse:

      Irmão para nós leigos esse tipo de informação é da mais valia, insinua-se que é burocrático e tal, mas deixaram a interceptação, se bobear ainda continua…

  26. João de Paiva disse:

    Jornalista Marcelo Auler,

    Esta reportagem mostra como trabalham os vazadores da PF e do MPF, em associação com o PIG, promovendo vazamentos de informações sobre investigações e inquéritos que deveriam sr sigilosos. Você conhece bem e já demonstrou como funcionam as máfias da PF. No MP não é diferente, como prova esta reportagem e toda a articulação dos procuradores da Lava Jato com o PIG, vazando-lhe em primeira mão informações que deveriam ser sigilosas.

    Escrevo este comentário no fim da noite deste dia 16 de março de 2016, cerca de 4h após o juizeco da guantánamo paranaense vazar para a globo o grampo telefônico realizado para captar a conversa entre a presidente Dilma Roussef e o ministro da Casa Civil, recém-empossado, Luiz Inácio Lula da Silva. Tal atitude do juiz sergio moro é crime; e demonstra que “ele não é um juiz, mas um golpista; um golpista vulgar, de segunda categoria”, conforme disse o jornalista Paulo Henrique Amorim.

    A esta altura espero que você, como jornalista do mais alto quilate, tenha se convencido de que a Lava Jato JAMAIS teve o propósito de combater a corrupção, mas sim objetivos político-partidários, de modo a aniquilar o PT, os líderes petistas, a Esquerda em geral e derrubar a presidente Dilma Rousseff. A PF e o MP sem controle são o golpe; sergio moro é o golpe; o PIG, liderado pela globo, é o golpe. Janot compactua com o golpe. Há uma conspiração para a derrubada do governo, com o alto comando nos EUA. A direita e extrema direita, em condições normais, dentro das regras do jogo democrático, não se mostra capaz de chegar ao poder central por meio do voto popular; por essa razão ela, que sempre foi golpista, se junta aos atores e instituições anteriormente citados, para criar e/ou agudizar a crise política e econômica, incitando o ódio de classe sobretudo na classe média e média alta, por meio da lavagem cerebral e manipulação e distorção criminosa das informações, através do PIG.

    Você faz jornalismo honesto. Jornalismo isento ou imparcial não existe; isso é apenas retórica. Como defensor da democracia que certamente você é, peço-lhe que ‘parta para o ataque’ aos golpistas, fazendo reportagens como aquelas da série em que você desnudou a PF (SR-DPF-PR), mas agora com o foco no MP e no Judiciário. Não deixe passar em branco a atitude criminosa e golpista que hoje tomou o juiz sergio moro.

    • João de Paiva disse:

      Adendo ao comentário; o Fernando Brito, no tijolaço, aponta outro crime cometido pelo juiz sergio moro, a quem ele classifica de covarde e dissimulado. É preciso que vocês, jornalistas independentes, com auxílio de advogados e juristas, partam para cima, desmascarando esse golpista que opera na 13a Vara Criminal da Justiça Federal, no Paraná.

  27. Meire disse:

    Eu gostaria de aproveitar todo este movimento político que está acontecendo para propor a cassação do deputado Tiririca por fraude de campanha.
    Ele prometeu: “Vote Tiririca, pior que tá não fica”.Ficou…

    Grampo ilegal. Em Curitiba?? Não acredito.. la todo mundo é republicano….

    http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/16/gravacao-entre-dilma-e-lula-foi-feita-depois-de-moro-decidir-pela-interrupcao-do-sigilo.htm

    Vamos trabalhar MJ ?

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