Compartilho: “Igrejas e mineração na América Latina”
1 de junho de 2015
Compartilho: “O 0,1% aqui é só 0,01%”.
1 de junho de 2015

Compartilho: “Conversa sem educação”

Compartilho nesse espaço trechos da coluna do professor, mestre, doutor, Marcio Tavares D’amaral, de quem privo da amizade, por considera-la fundamental no debate sobre um dos problemas que nos aflige: Educação.

O texto na integra pode ser visto pelo link que segue abaixo.

Conversa sem educação

Marcio Tavares D’amaral

“Aqui, não. Durante o período colonial as universidades foram proibidas no Brasil. No Império houve faculdades no Recife, em São Paulo, no Rio. Mas a primeira universidade foi criada apenas em 1920, a Universidade do Brasil, atual UFRJ.

Coluna Marcio D'Amaral - reprodução

Coluna Marcio D’Amaral – reprodução

Temos, como país incorporado à cultura ocidental, 515 anos. Nossa mais antiga universidade não chega a 100. Diz alguma coisa? Infelizmente diz. Fala do desapreço dos governos pela escola, de baixo ao alto, do fundamental ao doutorado. Estudar, no Brasil, é heroico.

Os pais humildes que querem para seus filhos vida melhor do que a que vão levando sempre acertam no remédio: “Meus filhos vão ter estudo”. Os pais “de posses” encaminham naturalmente seus filhos na mesma direção. E aí começa a tragédia.

Porque os filhos dos pobres estudam nas escolas públicas, que já foram ótimas e se tornaram ruins. Professoras e professores equilibram-se nelas com estímulo perto de zero. E os filhos dos não pobres frequentam as escolas particulares, algumas muito caras, que são em geral boas. Isso não seria mais do que a expressão da estrutura social perversa em que vivemos não fosse o fato de que depois de 12 anos de estudos os filhos dos pobres vão para as universidades particulares, que não são boas — exceção para as PUCs e poucas mais —, e os filhos dos não pobres entram nas universidades públicas, que são melhores. Os filhos dos pobres não ficam, ou se endividam para estudar. Porque, justamente, são pobres, e as universidades particulares são caras. Xeque-mate. Há programas paliativos, mas de fato vamos criando um abismo entre os que sabem e os que não. Parece que, entre nós, a ignorância não é um desserviço público, um pecado social. Convivemos bem com ela.

Não que nós, a sociedade, não tenhamos consciência de que alguma coisa vai muito mal e não pode ficar assim. Mas assistimos, apatetados, como se não pudéssemos fazer nada. Nem, pelo menos, votar certo. E vemos que mesmo as universidades públicas têm sido levadas a tratar seus alunos como objetos de simples adestramento para o “mercado”, essa entidade misteriosa. O sentido emancipatório e crítico da educação vai desaparecendo. É só olhar para as humanidades, cada vez mais minguadas, sem prioridade orçamentária. Deviam ser bibliotecas cercadas de estudantes por todos os lados. Não são. Onde há bibliotecas, são magras. Têm horário de repartição pública. Não funcionam nos fins de semana. Onde não há parece que é assim mesmo, não é um horror”.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/conversa-sem-educacao-16306601#ixzz3bmRGxPAU

2 Comentários

  1. Marcelo Bine disse:

    Não acrescenta luz. Penso que é apenas mais um mimimi coxinha.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com