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Marcelo Auler

Nota do Editor: Alertado por alguns leitores de que a foto colocada aqui anteriormente era falsa (montagem), substituo-a pela original e peço desculpas a todos por ter caído em um erro básico da internet. Inclusive ao próprio Sergio Cabral. Atendendo às sugestões de leitores retirei a foto do ex-governador Sérgio Cabral para não compactuar com o que critiquei. Deixo a da invasão do quarto do hospital como mostra da espetacularização. Peço desculpas a todos até pela aparente incoerência que cometi.

No quarto de um hospital a filmagem da transferência de Garotinho: retrocesso inaceitável

No quarto de um hospital a filmagem da transferência de Garotinho: retrocesso inaceitável

Em nome do combate à corrupção e às fraudes eleitorais estamos vivendo um grave e perigoso momento de retrocesso. As filmagens da transferência do ex-governador Anthony Garotinho e as fotos distribuídas do ex-governador Sérgio Cabral como presidiário atingem diretamente o respeito e os direitos que todo e qualquer cidadão – inclusive os condenados, situação em que nenhum dos dois se encontra – têm: o respeito à dignidade humana.

Prendê-los é algo que deve se discutido nos tribunais. Cabral, solto, realmente pode ser uma ameaça não à ordem pública, como alegaram dois juízes, mas à apuração isenta dos crimes que teria cometido, e que são muitos e antigos.

Já a prisão de Garotinho, que ao que tudo indica tem problemas cardíacos, parece ter sido um abuso, como declarou a ministra Luciana Lóssio, que além de ocupar uma cadeira no Tribunal Superior Eleitoral (pelo segundo mandato), tem assento no Conselho Nacional dos Direitos Humanos – CNDH, como representante do Conselho Nacional de Justiça.

É mais do que justificável que a população, em especial a fluminense, aplauda a prisão dos dois ex-governadores, ainda que ambas possam ser discutíveis. O que não se justifica é tripudiarem da situação em que os dois se encontram. Ainda que já estivessem condenados, mereceriam todo o respeito como cidadãos. Mas, mais grave, são apenas suspeitos prestes a responderem no judiciário pelos possíveis crimes que teriam cometido. Que não foram poucos, é verdade, mas ainda não foram julgados, como o próprio juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal criminal, deixa claro na decisão que autorizou a prisão de Cabral.

Em ambos os casos, o desrespeito foi cometido com a participação e/ou conivência do Estado, isto é, de autoridades que ocupando cargos governamentais deveriam ser as primeiras a fazerem valer a Constituição Federal, também chamada de Constituição Cidadã, assim como a Declaração Universal de Direitos Humanos, que o Brasil assinou junto à ONU em 1948.

A foto de Cabral, feita dentro do pr4esídio, só pode ter sido distribuída à imprensa por um órgão público. No caso de Garotinho, mais grave ainda, pois, enfermo, dentro de um hospital público, foi filmado no quarto onde estava internado em uma situação tétrica, vexatória, em que brigava pelo seu direito a ficar internado. Direito este reconhecido pela decisão exemplar da ministra Luciana.

Tenho a tranquilidade de jamais ter dado um voto sequer para Sérgio Cabral ou Anthony Garotinho. Por Cabral fui nomeado assessor da Comissão Estadual da Verdade, mas por indicação do jornalista Álvaro Caldas e após aprovação do meu nome pelo então presidente da CEV-Rio, Wadih Damous. Logo, não me sinto devedor de nenhum favor ao ex=governador. E  o conheço desde que ele era  criança, devido a minha aproximação com seu pai, o jornalista Sérgio Cabral, a quem respeito profissionalmente e me solidarizo neste momento. Com Garotinho mantive apenas encontros profissionais, os quais nem sempre foram amistosos.

Não tenho procuração para defender nenhum dos dois e nem o faria pelos crimes que são acusados

Mas, a defesa do Estado Democrático de Direito e, dentro dele, do respeito a todo e qualquer cidadão, é algo inerente a todos. Não podemos transformar nossa sociedade, em nome da luta contra a corrupção, em uma sociedade de bárbaros. Não se combate o crime desrespeitando leis. Não se busca a moralidade pública, tripudiando adversários.

Jamais devemos esquecer que em uma ditadura, com o autoritarismo e desrespeito às leis, qualquer um de nós pode ser a próxima vítima. Se hoje aplaudimos o desrespeito aos Direitos Humanos por se tratarem de figuras públicas acusadas de males terríveis contra a população, mas que ainda não passaram pelo crivo do julgamento isento e com direito à ampla defesa,  amanhã não teremos como reclamar quando fizerem o mesmo com um dos nossos. Ou conosco mesmo.

Não cabe relembrar que a luta pela redemocratização deste país foi muito dura. Vários tombaram em nome dela. Vários passaram momentos terríveis com prisões injustificadas, torturas e outros desrespeitos. Muitas são as famílias que ainda choram seus mortos sem saberem onde estão seus corpos. Na ditadura imposta pelo golpe civil-militar que alguns aloprados defenderam semana passada pisoteando na bandeira nacional, dentro da Câmara dos Deputados, sem que nadas lhes acontecesse, o Judiciário é um dos primeiros a ser atingido.

Nelas, não existe Justiça com letra maiúscula, com isenção. Portanto, os magistrados que hoje decretam estas prisões dentro de processos legais, em nome da moralidade pública, deveriam ser os primeiros a condenarem estes abusos e falta de respeito. Mas, infelizmente, se calam. Exceção digna para a ministra Luciana Lóssio.

Da mesma forma, é terrível ver jornais e jornalistas fazerem vista grossa a estes desrespeitos. Esquecem que junto com o autoritarismo sempre a censura, o impedimento à liberdade de imprensa, à liberdade de opinião. Diante disso, deveriam se preocupar em cobrar respeito as leis e aos Direitos Humanos. É o mínimo que a decência e o respeito às leis exigem.

AINDA SOBRE ISTO, LEIAM:

NO BLOG DO MARCEU VIEIRA – Independência ou golpe!

No Tijolaço: Cabral, Garotinho e tudo o que nossa humanidade pode exigir

 

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17 Comentários

  1. Renato disse:

    Realmente, não é o tipo de sociedade que nós queremos para nossos filhos

  2. Roberto Souza disse:

    CUIDADO COM O NAZISMO… E COM O DELTANISMO…
    “O nazismo, disse o biólogo Fritz Lenz, nada mais é do que ‘biologia aplicada’.”
    “Citação atribuída também a Rudolf Hess, delegado de Hitler.”

    O Deltanismo, disse Acaciano, nada mais é do que querer criar através do ‘crisol farisaico’, a ‘Santa Pura’ na Política.

    “Ele queria ser Deus… criar uma nova raça.”
    “Prisioneiro de Auschwitz, sobre os objetivos de Joseph Mengele.”
    ———
    A primeira e a terceira são citações de Siddartha Muckerjee, no seu magistral livro ‘O gene. Uma história íntima’.
    A segunda é uma citação de um amigo sobre a situação que corre.
    ———
    Vocês precisam conhecer e ler a excelente obra ‘O gene’, do biólogo Siddartha Muckerjee, formado em Stanford. Estudou imunologia em Oxford, e medicina em Harvard. Vencedor do Premio Pulitzer com o livro ‘O imperador de todos os males’, sobre o câncer. ‘O gene’ teve uma bela e fidedigna tradução de Laura Teixeira Motta.
    Em seu livro há uma análise e síntese prodigiosa do nazismo. Esse trecho precisa ser estudado carinhosamente e com horror por brasileiros de hoje, americanos do Trumpismo e do Bushismo, e franceses do Le Penismo.

    Prestem atenção aos excertos:
    “… Em janeiro daquele ano [1933], Adolf Hitler… foi nomeado chanceler… Em março, o Parlamento Alemão aprovou a Lei de Plenos Poderes, que concedia a Hitler o poder inédito de promulgar leis sem participação parlamentar…”
    “ ‘Biologia aplicada’, para os nazistas, era genética aplicada. Tinha por fim possibilitar a Rassenhygiene – ‘higiene racial’… “
    “O geneticista Heinrich Poll, colega de Ploetz, escreveu [muito antes]… ’Assim como o organismo sacrifica de forma implacável suas células degeneradas, assim como o cirurgião remove de forma implacável um órgão doente… entidades orgânicas superiores, como o grupo familiar ou o Estado, não devem… abster-se de intervir na liberdade pessoal… ’ ”
    “Plotz e Poll consideravam eugenistas britânicos e americanos como Galton, Priddy e Davenport os pioneiros de sua ‘nova ciência’… os eugenistas alemães… criavam um programa patrocinado pelo Estado para confinar, esterilizar ou erradicar homens e mulheres ‘geneticamente defeituosos’… [como na Virgínia, nos EUA em 1920]… Foram instituídas várias cátedras de ‘biologia racial’ e higiene racial em universidades alemãs.” [Isso ainda antes de Hitler].
    “Hitler, preso por liderar o Putsch da Cervejaria, a fracassada tentativa de golpe… em Munique, leu sobre a ciência racial… nos anos 1920 e ficou fascinado… Quando os nazistas tomaram o poder nos anos 1930, Hitler viu uma oportunidade de por em ação essas ideias. Não perdeu tempo: em 1933… os nazistas promulgaram a Lei de Esterilização… As linhas gerais da lei eram explicitamente baseadas no programa de eugenia americano, porém amplificadas tendo em vista o aumento da eficácia… Uma lista inicial de ‘doenças hereditárias’ incluía deficiência mental, esquizofrenia, epilepsia, depressão, cegueira, surdez e deformidades graves… devia ser apresentado um requerimento à Corte de Eugenia. ‘Assim que a Corte decidir… a operação deve ser executada ainda que contra a vontade da pessoa… autoriza-se o uso direto da força’.”
    “Para alavancar o apoio popular à lei, as injunções legais foram escoradas em propaganda insidiosa – uma fórmula que os nazistas iriam burilar até uma monstruosa perfeição… As plateias [dos filmes] pasmavam de repulsa pelos ‘deficientes’[mostrados] e de inveja e ambição diante dos atletas super-humanos… [mostrados na ‘ode cinematográfica ao corpo ariano perfeito, em Olympia, de Leni Riefenstahl’].“
    “Em novembro de 1933, uma nova lei autorizou o Estado a esterilizar à força, os ‘criminosos perigosos’ (entre eles dissidentes políticos, escritores e jornalistas). Em outubro de 1935, as Leis de Nuremberg Para Proteção da Saúde hereditária do Povo Alemão… proibindo que judeus se casassem com indivíduos de sangue alemão e que tivessem relações sexuais com qualquer pessoa de descendência ariana. [até} uma lei que proibia judeus de contratar ‘criadas alemãs’ para as suas casas.”
    “Os vastos programas de esterilização e contenção impuseram a criação de uma também vasta máquina administrativa. Em 1934 quase 5 mil adultos eram esterilizados por mês, e duzentas Cortes de Saúde Hereditária (ou Cortes Genéticas) precisavam trabalhar em tempo integral para julgar recursos… Do outro lado do Atlântico os eugenistas americanos aplaudiam…” [Lothrop Stoddard, Charles Davenport].
    [Faz-nos lembrar da hipertrofia que assistimos nos MPFs e na PF com sua Arapongagem sofisticadíssima alimentada pela CIA e pelo Departamento de Estado dos EUA, supercomputadores, programas e parafernália norte-americana]. Faz-nos também lembrar da Santa Inquisição e seus Dominicanos, do Santo Ofício, que caçou e queimou em fogueiras, bruxas, judeus, homossexuais, sodomitas, adúlteros, por 600 anos (que barbaridade longuíssima). Inclusive com atuações no Brasil Colônia.]
    “O escorregão que levou da esterilização ao assassinato puro e simples veio praticamente sem ser anunciado e sem ser notado… Em fins dos anos 1930, contudo, a serenidade glacial da resposta do povo alemão… impulsionou a ousadia dos nazistas… Richard e Lina Kretschmar apresentaram a Hitler uma petição para a eutanásia de seu filho, Gerhard. O menino de onze meses, nascera cego e com membros deformados. Os pais, nazistas fervorosos, esperavam servir o país…”
    “Hitler percebeu ali a sua chance: aprovou a morte de Gerhard Kretschmar e logo tratou de expandir o programa para outras crianças… os nazistas já haviam começado a designar as vítimas… ’Lebensunweites Leben’ – vidas que não merecem a vida”.
    “A matança começou pelas crianças ‘deficientes’ menores de três anos, mas em setembro de 1939 expandira-se de modo regular até os adolescentes. Os próximos a entrar na lista foram os delinquentes juvenis. As crianças judias eram desproporcionalmente visadas; examinadas à força por médicos do Estado, rotuladas como ‘geneticamente doente’ e exterminadas, em geral sob pretextos irrisórios. Em outubro de 1939, o programa estava sendo expandido para incluir adultos. [ficou célebre como Aktion T4, uma alusão ao endereço do casarão sede em Berlim].”
    “Centros de extermínio foram estabelecidos… Hadamar…o Instituto de Bem Estar do Estado de Brandemburgo… Nos porões… câmaras herméticas onde as vítimas eram mortas por asfixia com monóxido de carbono. A aura da ciência e pesquisa médica era mantida de forma meticulosa. [lembra o mesmo exemplo dos Formalistas nacionais de hoje]… e muitas vezes dramatizada para produzir um efeito ainda maior sobre a imaginação do público… “
    “ Após a eutanásia, milhares de atestados de óbito fraudulentos eram emitidos, mencionando diversas causas de morte, algumas delas de um absurdo gritante… Em 1941, a Aktion T4 exterminou quase um quarto de milhão de homens, mulheres e crianças. A Lei de Esterilização…cerca de 400 mil esterilizados compulsórios entre 1933 e 1943.”
    “Hannah Arendt… escreveria mais tarde sobre a ‘banalidade do mal’ que permeou a cultura germânica durante aa era nazista. No entanto, tão generalizada quanto, ao que parece, foi a credulidade no mal [tremamos de medo no Brasil, irmãos, com os ‘Perfeitos’ que depois de três anos de Lava Jato ‘não processaram, indiciaram, tomaram depoimento ou condenaram ninguém de um determinado partido privilegiado pelas simpatias’, conforme acusa um site com uma foto do juiz Moro, que é tão admirado por uma parcela considerável da população que não considera todos os fatos]… Uma equipe inteira de ‘cientistas’ – geneticistas, pesquisadores, médicos, psicólogos, antropólogos e linguistas – regurgitava alegremente estudos acadêmicos para reforçar a lógica científica do programa de eugenia… recém ungido ‘geneticista humano’ Joseph Mengele, logo emergiria como o mais epicamente perverso dos pesquisadores nazistas, e seus experimentos com prisioneiros lhe trariam a alcunha de Anjo da Morte”.
    “… foi o prelúdio de uma devastação muito maior… eclipsado em números pelos épicos horrores vindouros: o extermínio de 6 milhões de judeus em campos de concentração… de 200 mil ciganos, vário milhões de cidadãos soviéticos e poloneses e de um número desconhecido de homossexuais, intelectuais, escritores, artistas e dissidentes políticos… A desumanização dos doentes mentais e deficientes físicos… foi um aquecimento [treino] para a desumanização dos judeus… Nunca antes na história, e nunca de maneira tão insidiosa, os genes haviam sido associados, com tanta facilidade à identidade, a identidade à deficiência e a deficiência ao extermínio. Martin Neimölles, teólogo alemão, resumiu a escorregadia marcha do mal em sua conhecidíssima citação”:
    “Primeiro vieram buscar os socialistas, e eu não disse nada,
    Porque não era socialista.
    Depois vieram buscar os sindicalistas, e eu não disse nada,
    Porque não era sindicalista.
    Depois vieram buscar os judeus, e eu não disse nada,
    Porque não era judeu.
    E então vieram me buscar, e não havia ninguém para falar por mim.”
    ——–
    Nos assustamos com a escalada no Brasil, a partir do ‘Domínio do Fato’, mal interpretado segundo o seu próprio teórico; da tortura das detenções prolongadas para averiguações, do uso das teorias americanas do ‘Dilema do Prisioneiro’; da delação estimulada ao extremo. Isso fez Torquemada no século XV com mais de 2000 processos e só deu em violências e atraso para a Espanha. (Torquemada, e não Savonarola, é talvez mais adequado à descrição dos espíritos Formalistas atuais, que mais atentam à Forma, e não à Função, Significado, Conteúdo, para o Povo e para a Economia e Progresso Social, daquilo que prejulgam ou julgam). Da ofensa absurda à primeira presidenta, a ex-presidente, e agora, da prisão e quase lançamento às feras, de um ex-governador e ex-candidato a presidente, nem sequer ainda condenado, vejam só, por crime de compra de votos, coisa que no Brasil sempre houve e nunca é provado de forma cabal. Foi salvo das feras pelo ‘gongo’, do seu esperneio, do choro e desespero da Rosinha, e de ainda haver uma ministra equilibrada.
    ———
    Desçamos o pano rápido, pois já está muito longo esse drama, esse escrito de hoje.
    Em 22 de novembro de 2016
    Roberto Souza
    Copiem e publiquem na íntegra.

  3. Rodolfo Lisboa Cerveira disse:

    Achei muito interessante o comentário, mormente no aspecto dos direitos humanos. Não se deve tripudiar, mesmo com marginais condenados, sob pena de infligirmos códigos de posturas. Sugiro que os jornalistas que escrevem como o autor deste texto, façam campanha para que a justiça não deixe marginais impunes tanto tempo, como no caso atual (Garotinho e Cabral). Segundo estatística recente, temos 75 milhões de processos aguardando a finalização. Pode?

  4. Marcus Lemos disse:

    Marcelo

    Excelente texto. Mas devemos ponderar alguns fatos. as humilhações que a população do Rio de Janeiro passa todos os dias sendo vestidas de um local de extrema violência?

    Os hospitais com pessoas sendo atendidas no corredores?

    A falta de merenda nas creches?

    A falta de escola?

    Os serviços públicos sucateados?

    O povo se espremendo em transporte para gado enquanto o Governador leva seu cão de helicóptero?

    Acredito que se você pesquisar e escrever sobre estes assuntos sua revolta será tamanha que o que ocorreu de mostrar os bandidos serem presos será com um passeio no parque comendo algodão doce.

    Não é uma retaliação mostrar estes bandidos presos e sim mostrar que podemos ainda que bem mal acreditar em alguma justiça neste Brasil.

    Marcus Lemos

    Apenas uma pessoa indignada com os que defendem os direitos dos “cidadãos”.

  5. C.Poivre disse:

    Este sistema judicial que age fora da lei é o mesmo dos marajás do serviço público. Os contra-cheques que têm sido divulgados nos blogs e até na velha mídia são da arraia-miúda, os super-salários são quase dez vezes superiores aos divulgados:

    http://g1.globo.com/jornal-nac

  6. C.Poivre disse:

    Um adendo: o punitivismo tornou-se uma regra tão praticada pelo nosso degradado sistema judicial que uma decisão serena, equilibrada, sensata e dentro do Direito e da Justiça, como foi a da digna Ministra Luciana Lóssio, passa a ser um caso excepcional. De todo o modo ela merece nossa admiração por não ter entrado nesta onda de falso moralismo e submissão à mídia golpista onde se escolhe um “culpado” e só depois se constrói uma narrativa condenando-o de antemão através de delações obtidas sob tortura psicológica em prisões ou em ilações inacreditáveis de justiceiros do MP.

  7. C.Poivre disse:

    Um falso e ilegítimo governo composto por golpistas e criminosos acusados de diversos delitos implementam a barbárie no país e a alternativa é a resistência:

    http://justificando.com/2016/11/19/socialismo-ou-barbarie/

  8. MAAR disse:

    O magnífico artigo acima confirma que seu autor, o exemplar Jornalista Marcelo Auler, é uma referência essencial e um ícone da resistência democrática oposta aos descalabros da escalada do regime de exceção, evidenciado na atual conjuntura brasileira.

    A pungente defesa do respeito à dignidade humana e a precisa demonstração do absurdo da humilhação pública decorrente da exposição de imagens relativas à prisão de pessoas sequer submetidas a julgamento evidencia a dimensão histórica do jornalismo autêntico.

    A resistência democrática renova e amplia suas forças com a magnitude exemplar do artigo em apreço, que constitui um marco inolvidável da defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito, e traz contribuição crucial para promover a necessária reversão dos retrocessos fascistoides promovidos pela disseminação do ódio.

  9. Antonio José Ribeiro Dias disse:

    Marcelo, sugiro que você retire do início do seu texto as fotos do Garotinho e do Sérgio Cabral. Afinal elas não acrescentam nada ao seu maravilhoso texto e expõe os presos, fato que você condena com razão.

    • João de Paiva disse:

      Faço um adendo ao comentário lúcido e justo do Antônio Dias: a foto de Sérgio Cabral Filho que ilustra a reportagem não parece ser oficial, mas uma montagem. Ademais a reportagem não deve ser ilustrada com essas imagens vexatórias, abusivamente divulgadas pela polícia, já que no texto o repórter condena essa prática, que configura crime de abuso de autoridade e desrespeito ao direito do cidadão investigado. Gostemos ou não se Sérgio Cabral Filho ou Anthony Garotinho, tenham eles cometido crimes de que são acusados, merecem respeito como pessoas e têm direito a se defender. Nenhum deles foi julgado nem condenado.E mesmo se tivessem sido condenados, não deveriam ser linchados.

  10. Oscar disse:

    Mais uma vez, as instituições e seus representantes fazem a merda e, o povo quem paga o pato. Há muito que as instituições estão tratando mal, muito mal as pessoas, em todos os setores, em todos os poderes e esferas da sociedade. Quando alguém do povo, ou o próprio povo em grupo resolve se rebelar, é duramente criticado, torturado ou assassinado. As instituições já deveriam ter tomado vergonha e se posicionado a favor dos interesses e necessidades do povo. Jamais deveriam ter tramado esse duro golpe contra a democracia e república.

  11. […] Fonte: Cenas de uma sociedade de bárbaros. É isso que queremos? | Marcelo Auler […]

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