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Marcelo Auler (*)

O General alegou que o filho não era promovido por perseguição política. Esqueceu que ele recebeu oito promoções nos governos petistas? (Foto, reprodução do Facebook)

A informação de que o bancário Antônio Hamilton Rossell Mourão, funcionário concursado do Banco do Brasil desde 9 de janeiro de 2001, quando iniciou na carreira de caixa executivo, não foi promovido durante os últimos governos por ser filho do general Hamilton Mourão não é verdadeira.

Como mostra a jornalista Madeleine Lacsko, do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, na reportagem Fim da mamata: filho de Mourão salta 3 degraus hierárquicos no BB, foi nos governos do PT que o servidor do BB recebeu nada menos do que oito promoções. Ela afirma isso em seu blog, A Protagonista.

A começar pela transferência de Rossell Mourão do Rio Grande do Sul para Brasília, ocorrida logo no primeiro mês do governo Lula, em 2003. Ele saiu do atendimento na agência de Campo Novo (RS), onde atuava como Gerente de Expediente, para o cargo de Gerente de Contas II em uma agência na Asa Sul, do Distrito Federal. Ficou nele apenas oito dias, sendo transferido em seguida para a função de Operador Financeiro Jr., já fora de agência e na estrutura do banco.

Consta da reportagem de Madeleine: “Conhecido como pessoa correta pelos colegas, subiu bastante na carreira. Nos últimos 5 anos, chegar onde ele chegou inclui participar de outra seleção, o “Bolsa Primeira Investidura” – outro formato de seleção construído entre sindicato e banco – e necessário para se entrar em qualquer cargo de Gerente Geral de Agência para cima“.

As promoções de Antônio Hamilton Rossell Mourão:

1 – 21 de janeiro de 2003: de Gerente de Expediente em Campo Novo, RS, para Gerente de Contas II na Asa Sul, DF;

2 – 5 de março de 2003: Operador Financeiro Jr., já fora de agência e na estrutura do banco;

3 – 9 de agosto de 2004: Analista Pleno na Diretoria de Agronegócio;

4 – 14 de maio de 2007: Gerente Negocial na Superintendência de Varejo do BB em MS;

5 – 18 de junho de 2007: Analista na mesma Superintendência no MS;

6 – 21 de julho de 2008: Analista Sênior, de volta ao DF;

7 – 10 de dezembro de 2012: Analista Sênior na Gerência de Negócios;

8 – 28 de maio de 2013: Analista Empresarial na Gerência de Negócios;

Diz ainda a jornalista na reportagem publicada na tarde desta quarta-feira no Blog A protagonista:

Seu último cargo, na Diretoria de Agronegócio, havia sido conquistado em 19 de dezembro de 2016, meses após o impeachment de Dilma Rousseff.  Durante o governo Temer, ainda teve mais uma promoção, em 6 de fevereiro de 2017. Nesse período, houve a oportunidade de se candidatar ao “Bolsa Executivo”, passo necessário para ser Gerente de Divisão ou Gerente Executivo, cargos que podem levar à Assessoria Especial da Presidência, de livre nomeação. Mas ele não se candidatou“.

Quadro de promoções de Antônio Hamilton Rossell Mourão levantado pela jornalista Madeleine Lacsko (Reprodução)

Ou seja, ao que parece, as acusações do general vice-presidente não são respaldadas em fatos concretos, mas no imaginário deste governo que acha que os governos anteriores – sejam do PSDB, seja do PT, fizeram perseguições políticas. A propósito, vale ler o depoimento de Ricardo Kotscho, sobre o exemplo dado pelo vice-presidente petista, José de Alencar, e o próprio comportamento dele, Kotscho, ao assumir a assessoria de comunicação do governo Lula, publicado no Balaio do Kotscho em O FILHO DE MOURÃO E O IRMÃO DE JOSÉ ALENCAR: DOIS CASOS EXEMPLARES.

A propósito, vale também o depoimento de Madeleine, filha e neta de bancários, que cresceu convivendo com a categoria, sobre o comportamento de servidores do Banco do Brasil:

Os mais de 97 mil funcionários aceitam indicações políticas para os cargos estatutários – Conselho, Vice-Presidências e Diretoria -, mas duvido que calariam se esse fosse o critério para as promoções dos cargos de carreira, exclusivos dos concursados“.

Aconselho a leitura na íntegra da reportagem de Madeleine Lacsko no Blog A Protagonista. Lá tem mais informações muito interessantes sobre as promoções dentro do Banco do Brasil. O general vice-presidente precisa ler também, para deixar de se “equivocar”. Afinal, governo sério, honesto e transparente não pode cometer certos “equívocos”.

(*) Matéria reeditada em 10/01/2019 para acertar o sobrenome do filho do gal. Mourão que grafamos erradamente. Pedimos desculpas aos leitores pelo erro

Aos leitores – O Blog busca informações novas para seus leitores e seguidores. No caso da reportagem acima, reproduzimos apenas parte dela, devido a sua importância. Mas entendemos que o leitor deve ir no original, prestigiar o trabalho da jornalista. Como nossas postagens acabam sendo limitadas, dependemos da colaboração dos nossos leitores para compartilharem as chamadas das mesmas de forma a atingirmos um maior número de pessoas. Também para a nossa sobrevivência dependemos de doações financeiras – em qualquer valor e em qualquer periodicidade – que nos ajudam nas despesas e investimentos que fazemos, inclusive com viagens e pesquisas. Tendo condições, contribua com o Blog com doações que podem ser feitas na conta bancária exposta no quadro ao lado. Renovamos os agradecimentos àqueles que já colaboram e aos que vierem a colaborar.

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10 Comentários

  1. […] no BB desde janeiro de 2001. Apesar de seu pai dizer que era perseguido em outros governos, foi promovido oito vezes durante a carreira e nos últimos 11 anos fez parte da diretoria de Agronegócios, área na qual […]

  2. carlos disse:

    Já não se faz generais como antigamente, bibliografia: um homem chamado Humberto de Alencar Castelo Branco, esse apesar dos pesares, não mentiu não apoiou o nepotismo, e morreu íntegro como não concordo com o que ele fez más defendo até a morte a integridade que ele conservou.

  3. Orlando Gomes disse:

    Ficou comprovado que o Gen. Mouráo, não sabe nada da vida profissional de Antonio Hamilton. Quando o Gen. Mourão disse que seu filho foi prejudicado na carreira profissional pelo PT, talvez estivesse se seferindo à outra pessoa. O povo não é bobo.

  4. Lucia Mariza disse:

    Privatização já! Estatização serve pra isso!!!!

  5. Lucia Mariza disse:

    Mínimo de perdedor.”Quem pode pode,quem não pode se sacode”

  6. João de Paiva disse:

    O filho do vice, esse cafuso que se considera “ariano”, é funcionário de carreira do BB e, ao longo da carreira, recebeu várias promoções. Esse funcionário é considerado uma pessoa correta, que desempenha bem as funções que lhe são delegadas e foi promovido várias vezes, independentemente de quem estava na chefia do governo federal, acionista controlador do BB. Até aí temos apenas um relato jornalístico, mostrando fatos ocorridos na carreira de Antônio Hamilton Rossell Mourão, filho do general da reserva Hamilton Mourão Filho, hoje chamado de vice-presidente, depois de uma eleição farsesca e fraudulenta ocorrida em 7 e 28 de outubro de 2018. O que o general Mourão não consegue explicar, muito menos justificar, é por que, com apenas uma semana de governo, o filho dele saltou três níveis hierárquicos. Boquirroto como é, Mourão não conseguiu até agora uma desculpa para explicar o nepotismo e carteirada que está usando em benefício do filho dele, cujos méritos e competências não estão em discussão. Esse episódio do filho do general vice não chega a ser como o do “Queiroz”, dos comparsas e dos integrantes do clã Bozo, mas tira do cafuso que se pensa “ariano” os parcos argumentos de que ele podia se valer para apresentar-se como moralista, moralizador e “incorruptível”. Embora o [des]governo dos Bozos e quadrilhas que o apóiam e acompanham não corra o risco de cair (já que todo o aparato punitivo, repressor/opressor e armado do Estado está com ele), o descrédito é absoluto e moral, ética, histórica, sociológica, política e jurìdicamente estão imersos na lama e fossa fétidas, com as entranhas pútridas expostas à luz solar. E o que vimos até agora é apenas a ponta do iceberg.

  7. Sergio disse:

    UÉ, SE ELE FICOU 6 ANOS SEM PROMOÇÃO, MAS Q JUSTO TER SIDO RECONHECIDO AGORA, VISTO Q ATÉ OS ADIVERSÁRIOS RECONHECEM SUA COMPETÊNCIA

  8. Pafúncio Brasileiro disse:

    Marcelo, pela planilha mostrada foram 10 funções diferentes. Pergunta: A cada função diferente, significa promoção ? Se, sim, então não foram 8 promoções, mas 10 promoções. A conferir.

  9. thiago disse:

    Marcelo, a pergunta que não quer calar é:

    QUANTAS POSIÇÕES HIERÁRQUICAS ELE PULOU para ser promovido ao cargo?

    Nenhuma matéria da mídia diz isso. Se ele estava a um passo deste cargo, é uma coisa… caso o contrário está provado o nepotismo.

    • Marcelo Auler disse:

      Thiago, está no título da matéria da Madeleine, veja o que copiei da matéria acima: “Como mostra a jornalista Madeleine Lacsko, do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, na reportagem Fim da mamata: filho de Mourão salta 3 degraus hierárquicos no BB,”

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