POR: M A R C E L O AU L E R
Por 15 anos, M.A.R. foi telefonista no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. Terceirizados, ela e 13 colegas portadores de deficiência foram demitidos em janeiro de 2013, como noticiou CartaCapital à época. E até hoje não receberam da Locanty Comércio de Serviços Ltda. as verbas rescisórias. Já com novo nome, Infornova Ambiental, a empresa entrou em recuperação judicialapós uma denúncia de envolvimento em licitações fraudadas.
Perdeu o contrato do fornecimento de serventes para o Tribunal, e não renovou os de telefonistas e de 25 garçons. Ao contrário dos garçons, que mesmo sem contrato regular receberam proventos do Tribunal por três meses, para não deixar os 45 desembargadores na mão, os telefonistas não foram reaproveitados. A nova contratada só absorveu 137 dos 248 serventes. Mas todos, demitidos e reaproveitados, não receberam os direitos do período anterior. A ex-telefonista, que pede o anonimato para não se prejudicar
no novo emprego, buscou reparação na Justiça, mas a ação não anda. Vinte e oito meses após a demissão, nem o FGTS ela conseguiu sacar. Não é a primeira vez que um terceirizado do tribunal fica sem seus direitos. Em 2008, a Prata Recursos Humanos entrou em crise e foi substituída pela Locanty.
Os empregados foram reaproveitados, mas tiveram de recorrer à Justiça em busca das indenizações. Ganharam as ações, mas até hoje ninguém recebeu. No momento em que o Senado debate a lei que modifica regras da terceirização, é importante verificar o que ocorreu com centenas de trabalhadores que ajudaram no funcionamento de um tribunal cuja missão é cumprir as leis trabalhistas.
Matéria completa na revista: http://www.cartacapital.com.br/
1 Comentário
Saúdo aqui o mais novo combatente nas trincheiras pela verdade factual e pelo respeito aos leitores. Seja bem-vindo, Marcelo.
Quanto ao post, o Brasil regride à década de 30 em muitas questões – sociais, educacionais, políticas e trabalhistas, pela ação diuturna da mídia gorda, de um congresso reacionário e fisiológico e de uma justiça que age impulsionada pelos holofotes midiáticos.