A discussão se a paralisação dos caminhoneiros é uma greve ou um locaute é equivocada, desnecessárias, indevida. O debate deve se dar em torno das reivindicações e das bandeiras defendidas pelos grevistas. Por esse prisma, sabe-se que não são poucos – no país e fora dele – os que têm claro que a política de majoração dos combustíveis, incluindo o diesel, fundamental ao transporte de carga bem como de passageiros, é uma excrescência.
Logo, independentemente do que motivou a greve, a bandeira agora já nem mais é a questão apenas do diesel, mas a derrubada da prática neoliberal de precificação dos combustíveis. Não é aceitável venderem gasolina, álcool e diesel – que o Brasil tem condições de produzir internamente – com base no custo em dólares do barril de petróleo. Este deve ser o debate principal, que a ghrande mídia evita.
Derrubar esta política, porém, só será possível com a queda de Pedro Parente da presidência da Petrobras. Bandeira que os petroleiros, unificadamente, apesar das divergências de suas representações, pretendem levantar a partir de quarta-feira (30/05) com uma greve de toda a categoria.
Como, dificilmente, os golpistas darão a cabeça do presidente da Petrobras pelos compromissos neoliberais que firmaram para chegarem onde estão, a bandeira ampliada passará a ser Fora Temer.
Embora presida uma empresa pública, Parente adotou uma política que se volta aos interesses financeiros nem tanto da empresa e, menos ainda, dos seus empregados. Atende sim aos interesses dos acionistas minoritários – uma vez que o majoritário é o governo, logo, o povo – e de multinacionais com as quais trava negócios. Atropela, com isso, compromissos maiores que – como estatal – a Petrobras deveria ter: com o povo brasileiro e o desenvolvimento do país.
Trata-se, convém lembrar, de uma política flagrantemente derrotada nas urnas na eleição de 2014, que não constava do programa político da candidata eleita como presidente da República, Dilma Rousseff, deposta pelos golpistas. Eles só assumiram com o apoio dos derrotados nas urnas, como o PSDB. Em consequência, entregaram a Petrobras ao tucano.
Diante das reivindicações feitas pelos caminhoneiros, pouco importa se o movimento de paralisação foi iniciativa das empresas que controlam de 60 a 70% do transporte de carga no país, ou dos caminhoneiros autônomos, assalariados e/ou terceirizados, os mais atingidos pela política neoliberal de “precificação” dos combustíveis.
Caminhoneiros, manipulados ou não, após sete dias, são vitoriosos, alcançando aquilo que partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos e confederações de trabalhadores sempre prometeram realizar e jamais conseguiram de fato executar: paralisaram o país. Pacificamente.
Estão levando à lona um governo ilegítimo que, como demonstrou a última pesquisa CNT/DNA, conta apenas com 4,3% de aprovação entre os brasileiros.
Diante deste fato concreto, não se deve cair na armadilha de ficar discutindo quem deu início a esta – já histórica – paralisação.
O papel daqueles que concordam com a reivindicação e consideram o governo Temer além ilegítimo, despreparado, é arregaçar as mangas, dar força aos caminhoneiros e, junto com eles, desfraldar a bandeira do “Fora Temer” para derrubar a política adotada pela Petrobras que não atinge só quem usa óleo diesel. Tal como prometem fazer os petroleiros.
Uma política que afeta diretamente todo e qualquer usuário de combustível, tal como demonstra o vídeo abaixo apresentado pela TVT. Cabendo lembrar que as dificuldades começam pelo gás de cozinha, necessário a todos. E que milhões, como diz o IBGE, já retornaram ao fogão à lenha.
Além do que, a redução do preço do diesel em R$ 0,46, por 60 dias, como anunciado por Temer domingo à noite, é algo que não satisfaz nem mesmo aos caminhoneiros. Além do que, o governo, ao propor esta redução está se comprometendo em repassar verbas para a Petrobras.
Dinheiro que deixará de ser investido em outras áreas mais carentes. Vai tirar mais de quem já não tem para remunerar investidores.
Ainda que indiretamente, a rejeição da proposta pelos grevistas foi demonstrada pela TV Globo nas reportagens da manhã desta segunda-feira (28/05).
Com toda a mobilidade que seus repórteres têm, deixaram de ouvir os grevistas, muito embora os seus jornalistas estivessem próximos aos mesmos, como ocorreu com uma repórter de Brasília. Bastava atravessar a estrada para ouvir o que eles têm a dizer. Apenas relataram que os caminhoneiros não aceitam o negociado. Mas não lhe deram voz. Por quê? Medo de ouvir o que não interessa?
Ainda que não tenha sido esta a intenção, a imagem transmitida pela Globo foi dos caminhões – aos quais se juntaram outros veículos – parados. Chamavam de bloqueios, mas o que se viu eram caminhoneiros estacionados, sem impedir o trânsito nas rodovias. Sinal claro de que não aceitaram o segundo acordo firmado em Brasília, às pressas, no final de semana e transmitido por rede de TV a todo o país na noite de domingo pelo presidente ilegítimo. Mais uma vez, ele não convenceu.Perdeu o poder.
A luta, portanto, é pela derrubada de uma política que só será substituída com a saída da atual diretoria da Petrobras. Em última instância, com a queda deste governo ilegítimo que, desativando nossa produção de derivados nas refinarias que temos, manda o petróleo para o exterior e traz de lá os combustíveis que iremos consumir aqui. A preço dolarizado.
Partidos políticos, movimentos sociais, sindicatos, confederações de trabalhadores, demais organizações e a sociedade em geral devem sim desfraldar a bandeira do “Fora Parente” e, se for o caso, “Fora Temer”. Ajudar, enfim, a levar à lona o governo que se impôs ao país por um golpe político/judiciário/midiático – ilegítimo – concretizado em 2016. Um “Fora Parente” e “Fora Temer” com mais legitimidade do que o golpe que derrubou Dilma.
O primeiro passo nesse sentido é o apoio à paralisação dos caminhoneiros autônomos, os mais sacrificados com a política adotada por Parente. A prova de que são eles, ao lado dos assalariados e terceirizados que mais sofrem com esta política de precificação está justamente na persistência do movimento após as tentativas de acordo do governo ilegítimo. Pelo que a prática tem mostrado, o governo negociou com lideranças que não lideram quem está parado nas estradas, sofrendo todas as consequências que a greve acarreta.
A preocupação maior, porém, será de desfraldar esta bandeira dentro do regime democrático. Sem respaldar aqueles que, por desinformação ou por interesses escusos, falam em intervenção militar. Grupo que jamais se conseguirá mensurar, por conta das próprias características que este movimento tem – difuso, sem lideranças, bastante desorganizado em termos de representatividade e, muito provavelmente, despolitizado ideologicamente.
Justamente por isso, provavelmente, fáceis de serem manipulados pela direita, ou por aqueles que dentro do movimento representam o conservadorismo.
Manipulação que se tornará mais factível se os representantes dos chamados movimentos progressistas – políticos, sindicais, sociais ou até mesmo religiosos – caírem na armadilha de persistir com um debate estéril, imobilizador, muito próximo da discussão de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?
Há que se ter presente alguns pontos destacados em recente artigo por Larissa Jacheta Riperti – Um texto fundamental para entender a greve dos caminhoneiros -, jornalista que por força da profissão conhece melhor esta categoria. O texto foi republicado pelo site Jornalistas Livres. Da sua explicação, destaco alguns pontos:
“Não existe uma pauta unificada, o movimento não é hegemônico, nem do ponto de vista social, nem do ponto de vista ideológico. Existe um grupo de caminhoneiros bolsonaristas, outros que são partidários de uma intervenção militar, outros pedem Diretas Já e Lula Livre. Ou seja, é um movimento canalizado principalmente, pela insatisfação em relação ao preço do Diesel.
Em função da grande complexidade e fragilidade das lideranças sindicais de autônomos, o movimento carece de uma representatividade que possa assegurar as demandas da classe trabalhadora. Enquanto isso, os sindicatos patronais acabam por exercer maior influência, determinando os caminhos da negociação e o teor das reivindicações.
Isso se faz notar, por exemplo, no tipo de reivindicação expressada por grande parte dos caminhoneiros que é a redução da tributação em cima do preço do combustível. Ora, todos nós sabemos que o cerne do problema é a nova política de preços adotada pelo governo Temer e pela Petrobras, que atualmente é presidida por Pedro Parente“. (grifo do original)
Ainda, no mesmo artigo, o alerta de Larissa:
“Os “puristas” não entendem a complexidade da categoria, e tampouco atentam para a dificuldade que é promover a mobilização ampla desses trabalhadores, tendo em vista não só a precarização extrema à qual estão sujeitos, mas também à realidade itinerante de seu trabalho. Soma-se a isso o duro golpe que atualmente foi proferido contra as entidades sindicais menores de autônomos, com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Sinto dizer aos colegas acadêmicos, portanto, que nem sempre nossos modelos de análise social se aplicam a realidade. Não se trata de uma disputa entre o bem e o mal; nem de um movimento totalmente cooptável e ilegítimo; uma massa manipulável e “bobinha”. Por outro lado, também não é um movimento cujos protagonistas tem uma consciência enquanto classe, enquanto categoria. Não é unificado, as pautas são heterogêneas e também voláteis. Por tudo isso, parte desses trabalhadores expressam reações conservadores e, alguns grupos, visões extremistas sobre a política e suas estratégias de luta”.
Justamente por essas características é que os caminhoneiros precisam de apoio – não de manipulação ou tentativa de condução do movimento. Um apoio que as forças progressistas estão muito mais em condições de lhes dar do que os movimentos à direita.
Ou se imagina que aqueles que ajudaram a dar o golpe e a implantar a política neoliberal derrotada nas urnas defenderão hoje a queda de Pedro Parente ou, em uma medida mais extensiva, a queda do próprio Temer?
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8 Comentários
os puas mandados da cut e petralhas desistiram da greve assim q deram uma multa d 2 milhoes por dia parado…kkk
FEITIÇOS DESNUDAM FEITICEIROS
A Crise dos Caminhões Expõe Farsas do Golpismo Predatório
Que o “rei” está nu, há muito já se sabe. Todavia a continuidade, as origens e todos os desdobramentos da crise que abala a nação brasileira no momento presente evidenciam a cumplicidade do governo temerário com a construção do caos, e mostram a influência flagrante do imperialismo predatório e a complacência das instituições.
A manutenção dos bloqueios nas rodovias, apesar da expansão dos efeitos danosos do desabastecimento em todo o país, mostra a extrema complexidade da conjuntura atual e ressalta a necessidade de compreender os fenômenos relacionados.
Neste sentido, é indispensável, antes de tudo, caracterizar de modo preciso a natureza do movimento que paralisa o Brasil a mais de uma semana.
E para tanto é indispensável recordar que, quando ocorre uma simbiose entre interesses de empresas e movimentos paredistas, resulta caracterizada a ocorrência de locaute, que consiste exatamente numa paralisação de atividades produtivas dirigida, promovida ou favorecida por grupos de empresários e por corporações.
Ainda que haja também interesses de trabalhadores, assalariados e autônomos, neste movimento tido como grevista, fato é que já foram divulgadas evidencias de que há influência de interesses estranhos à categoria dos motoristas de caminhão, tanto na origem quanto no prolongamento da crise em tela.
Recentes declarações de lideranças de organizações representativas dos caminhoneiros confirmam que a postura das empresas transportadoras, desde o início do movimento, favoreceram a expansão das paralisações, bem como apontam a existência de pressões ligadas a grupos políticos golpistas, que forçam a continuidade da “greve”.
Além disso, a própria pauta de exigências encampada pelos caminhoneiros evidencia o esdrúxulo favorecimento de interesses que são contrários aos da classe trabalhadora, visto que a redução de impostos que financiam investimentos em infra-estrutura e viabilizam a preservação de direitos sociais prejudica toda a população, e em especial trabalhadores precarizados, como os motoristas de caminhão autônomos.
Fica então evidente que os caminhoneiros estão sendo iludidos e induzidos a defender interesses prejudiciais a eles mesmos e à população em geral, visto que insistem em reivindicar extinção de impostos, bem como em manter uma paralisação que gera um desabastecimento generalizado de produtos e serviços essenciais.
Por outro lado, devemos lembrar que a causa direta da paralisação dos caminhoneiros é a intensa escalada dos preços dos combustíveis, decorrente da política absurda adotada pelo governo, que visa viabilizar a privatização predatória da PETROBRAS.
O insano e insustentável atrelamento às cotações do mercado internacional de petróleo provocou a escalada de preços dos combustíveis, e constitui uma prática injustificável, criminosa e altamente lesiva aos interesses nacionais.
Do mesmo modo, a venda de diversos ativos estratégicos da PETROBRAS, assim como a escandalosa estratégia deste governo de não utilizar de forma plena a capacidade das refinarias nacionais, para aumentar a importação de derivados de petróleo, constituem crimes de lesa pátria, que violam o artigo 177 da Constituição Federal e o parágrafo 1º do artigo 1º da Lei nº 9.847, pois contrariam a utilidade pública do setor.
Tais descalabros mostram, de maneira inegável, que a atual crise dos caminhões e seus desdobramentos são conseqüências diretas do golpismo continuado exercido por este governo temerário, que visa favorecer interesses predatórios.
Ademais, a continuação dos bloqueios nas rodovias e o prosseguimento da paralisação dos caminhões tornam evidente a cumplicidade do governo temerário com a construção do caos, visto que não têm sido utilizados os meios legais disponíveis.
A atitude do governo temerário ao pretender utilizar as forças armadas para promover a desobstrução das rodovias é uma farsa, visto que os bloqueios nas estradas e o grave quadro de desabastecimento, que prossegue de forma alarmante, constituem matéria que é da competência do poder judiciário, e a efetivação do cumprimento de decisões da justiça federal e dos tribunais superiores é função da Polícia Federal.
Fato é que mesmo o bloqueio parcial das rodovias cerceia, e portanto viola, a liberdade de movimentação, pois impede o fluxo normal de veículos. Mesmo o bloqueio de apenas uma das faixas de uma rodovia que tenha mais de uma pista num mesmo sentido obriga, de forma arbitrária, a uma redução forçada da velocidade média de deslocamento. E, em situações em que haja necessidade de rapidez, mesmo a regular movimentação dentro dos limites de velocidade de cada trecho implica em riscos para segurança do tráfego, e potencializa a probabilidade de acidentes. O mesmo ocorre com a ocupação de acostamentos, dado que tais estruturas são necessárias para preservar a segurança do fluxo de veículos, em especial nas rodovias perigosas.
Acresce ainda que as já denunciadas ameaças e atos de violência que objetivam impedir o encerramento dos bloqueios e da paralisação dos caminhões, e que pretendem proibir a urgente normalização do abastecimento de combustíveis, são crimes que deveriam ser prontamente coibidos pelas polícias com base em ordem judicial única.
Inclusive porque a falta generalizada e crescente de derivados de petróleo tem causado o desabastecimento de inúmeros produtos e serviços essenciais, o que, além de gerar uma série de transtornos para a população, tende a atentar contra vida de muitos.
Diante disso tudo, é preciso exigir do governo e das instituições a solução adequada para a crise que paralisa o país. E o caminho para isso passa por uma urgente decisão do STF que determine a intervenção da Polícia Federal, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, para restaurar a livre movimentação nas rodovias, bem como para restabelecer o abastecimento da população. Sem prejuízo do prosseguimento das negociações com vistas à reversão das políticas temerárias e à redução dos preços, não apenas do diesel, mas também da gasolina, do gás de cozinha e do querosene de aviação.
REFERÊNCIAS
1. GREVE NÃO É MAIS DE CAMINHONEIRO
https://br.yahoo.com/financas/noticias/greve-n%C3%A3o-%C3%A9-mais-caminhoneiro-212800918.html
2. POSTOS DE SP REJEITAM COMBUSTÍVEL APÓS ATOS DE VIOLÊNCIA
https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/postos-de-sp-rejeitam-combust%c3%advel-ap%c3%b3s-atos-de-viol%c3%aancia-pm-usa-choque/ar-AAxXXRh?li=AAggXC1
3. ESPECIALISTA EM PETRÓLEO DESMASCARA PEDRO PARENTE
https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/especialista-em-petroleo-desmascara-politica-de-pedro-parente-mesmo-que-petrobras-lucrasse-50-o-litro-do-diesel-poderia-ser-vendido-a-r-230-nos-postos.html
4. DESMONTE DA PETROBRAS LEVOU PAÍS AO CAOS
https://jornalggn.com.br/noticia/greve-desmonte-da-petrobras-levou-pais-ao-caos-por-paulo-kliass
5. DE POTÊNCIA PETROLEIRA A COLÔNIA MISERÁVEL
https://jornalggn.com.br/blog/ion-de-andrade/de-potencia-petroleira-a-colonia-miseravel-por-ion-de-andrade
6. ESTADO E MERCADO NA DISPUTA PELO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS
https://jornalggn.com.br/noticia/estado-e-mercado-na-disputa-pelo-preco-dos-combustiveis-por-william-nozaki
Respeito o ponto de vista do leitor MAAR, mas não vejo como busca de uma saída a judicialização – mais uma – da questão. O que precisa ser discutido e cobrado pela sociedade – tal como os petroleiros estão fazendo hoje – é a derrubada da política insana de precificação dos combustíveis, tema também abordado por ele.
Prezado Marcelo,
Agradeço a gentileza de editar o breve ensaio ‘Feitiços Desnudam Feiticeiros’, que escrevi como uma modesta contribuição para a resistência contra a construção do caos.
Concordo com o entendimento de que é indispensável e urgente reverter as políticas insanas adotadas pelo governo temerário, conforme explicitado no referido texto.
Todavia, considero que a paralisação dos caminhões foi promovida e manipulada por interesses estranhos à própria categoria, com objetivos danosos à classe trabalhadora e a toda a sociedade brasileira. Considero também que, em decorrência da mencionada manipulação, o movimento paredista em apreço serviu a objetivos mal dissimulados, e evidenciou constituir mais uma etapa do golpe de estado desferido em 2016.
Conforme exposto no breve ensaio, creio inclusive que a maioria dos caminhoneiros não percebeu que a paralisação, os bloqueios e o desabastecimento resultante, teriam efeitos extremamente prejudiciais para a economia e para a população em geral.
Fato é que as consequências da crise gerada por esta longa paralisação serão amplas, e causaram e causarão graves implicações, em especial para as camadas mais carentes.
Para trabalhadores precarizados, como vendedores ambulantes, por exemplo, e tantos outros proletários diaristas, o pão de cada dia depende da regularidade de atividades cotidianas, que restaram inviabilizadas durante os últimos dias.
E diversos observadores já apresentaram projeções que indicam a extensão das perdas de arrecadação tributária, bem como a redução do PIB e da renda nacional.
Tudo isso vai implicar maiores restrições orçamentárias, e será usado pelo governo temerário para agravar o cerceamento de direitos sociais. Ademais, será usado pela grande mídia para incrementar a desinformação e a lavagem cerebral cotidiana.
Assim, é muito importante debater novas formas de enfrentamento dos descalabros do capitalismo selvagem e do imperialismo predatório, de modo eficaz e cauteloso, a fim de construirmos um futuro mais justo, sustentável e inclusivo.
Agradeço pela resposta ao ensaio, objeto da presente réplica, pois o diálogo é o caminho para a compreensão e a solidariedade, com vistas à reversão dos retrocessos golpistas e ao pleno resgate da legalidade constitucional do estado democrático de direito.
ESTA TERRA PATRIA TEM DONO E NÃO ESTÁ HÁ VENDA…..
Esta matéria aqui também está muito boa:
https://www.conversaafiada.com.br/politica/fora-paren-temer
Fora Temer e leve seus Parentes junto
É preciso lembrar que o juiz Moro trabalha na mesma onda de colaboração a essa política de entrega das riquezas do BRASIL, que atende tão somente aos interesses dos acionistas, leia-se: o grande capital. Não por acaso, Pedro Parente e MORO e esposa, foram juntos a um luxuoso evento em Nova Iorque. Porque será que estavam juntos na Terra do grande capital????