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Arnaldo César

Nossos impolutos deputados federais decidiram, literalmente, brincar com fogo ao levarem adiante a farsa da “Reforma Política”. Trata-se de uma encenação mambembe cujo grande objetivo é produzir muita agitação para deixar tudo como está no corrompido e atrasado sistema político brasileiro.

Votação da reforma Política  Foto Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Votação da reforma Política
Foto Luis Macedo / Câmara dos Deputados

O cerne de toda a questão – financiamentos de campanha – mereceu, na última quarta-feira (dia 27), a atenção dos nobres parlamentares. Antes as empresas podiam comprar políticos e partidos no varejo e no atacado. Evoluímos significativamente. Agora essas transações só poderão acontecer no atacado.

Assim como os patrocinadores de times de futebol ou de escuderias de Fórmula 1, as contribuições milionárias dos grandes grupos econômicos só serão aceitos pelos partidos políticos.

O irreverente deputado Chico Alencar, do PSOL-RJ, não irá se surpreender se os seus colegas de tribuna, a exemplo, dos pilotos de corrida passarem a estampar em seus bem cortados ternos as respectivas logomarcas dos conglomerados que patrocinam suas legendas.

Ironias à parte, não podemos esquecer que o cidadão brasileiro agora sabe se manifestar contra esse tipo de engodo. Em meados de 2013, ocupou as avenidas das principais capitais do País para dizer que estava enfarado com tapeações que vão do aumento de passagens de ônibus à corrupção que campeia solta em todos os quadrantes.

Quando ainda nem existiam as rede sociais, professores do departamento de Economia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, começaram estudar um fenômeno que apelidaram de “Dinâmica da Sociedade Aberta”. Nos países com instituições e liberdade de expressão consolidadas, cidadãos passaram a agir resolver problemas que os governos e os parlamentos não tinham muito ânimo para solucionar. Boa parte desta dinâmica era impulsionada pelas Organizações Não Governamentais – Ongs.

Nestes 35 anos, essa “Dinâmica” avançou e se apresentou de várias maneiras.

Os manifestantes que destronaram reis e regimes ditatoriais no Norte da África e no Oriente Médio, há dois anos, atropelaram tudo e a todos por mudanças que consideravam vitais para aquelas sociedades.

Nossos representantes na Câmara Federal têm demonstrado que não estão nem um pouco preocupados com esse detalhe. Também não podemos esperar muito deles. Especialmente, de um parlamento em que o comando está ocupadíssimo com manipulações regimentais, enquanto no plenário, representantes do povo extasiam-se assistindo vídeo pornográfico no celular.

Se as ruas voltarem a roncar, não se espantem. Os cidadãos estarão cobertos de razão para isso. E, os pleitos, certamente, não serão difusos.

1 Comentário

  1. Malú disse:

    Quando o Lula e a Dilma falaram em constituinte exclusiva para a Reforma Política a maioria foi contra, mas é por causa disto mesmo que está acontecendo, vai ficar pior do que estava.

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