Bem mais ágil do que essa nossa imprensa tradicional, que participou ativamente do golpe para destituir a presidente eleita com 54 milhões de votos, os jornalistas internacionais estão atento aos detalhes que mostram a diferença deste governo interino.
Com o auxilio da nossa colega, quase que uma correspondente de muitos de nós bloqueiros e informante assídua do Facebook, Florencia Costa, uma brasileira com nacionalidade indiana pelo muito tempo que passou lá, publicamos o artigo do The Guardian apontando a volta das velhas oligarquias ao poder.
O jornal mostra que o novo governo interino do vice-presidente golpista Michel Temer não consegue representar a maioria do povo brasileiro, uma vez que nele só estão homens brancos.
O artigo que ela benevolentemente traduziu para nós foi publicado no The Guardian, na sexta-feira (13/05), com o título original ‘A lot of testosterone and little pigment’: Brazil’s old elite deals a blow to diversity (fica o link para quem quiser ler o original) o que, segundo ela, em uma tradução mais ou menos livre significa “Muita testosterona e pouco pigmento : A velha elite brasileira dá um golpe na diversidade”. Não precisa acrescentar mais, basta lê-lo.
Mas o The Guardian não se limita a denunciar o que vem ocorrendo no Brasil, como destaca Andrea Guaraciaba o o jornal britânico quer saber o que pensam os brasileiros sobre o golpe. Para se manifestar, basta acessar o link: http://www.theguardian.com/world/2016/may/13/brazils-political-chaos-whats-the-mood-where-you-are
A imagem do Brasil como uma democracia socialmente liberal, multi-étnica pode sempre ter sido mais mito do que realidade, mas ilusões remanescentes deste tipo foram varridas pela nomeação do primeiro gabinete totalmente masculino do país do presidente interino Michel Temer desde o fim da ditadura em 1985.
Depois de conspirar para suspender a primeira mulher presidente do Brasil, o ex-companheiro de chapa de Dilma Rousseff, um homem de 75 anos, rapidamente mostrou seus instintos conservadores com a escolha de um ministério quase todo branco. Entre seus integrantes estão um barão de soja responsável da agricultura e um ministro das finanças que imediatamente declarou a necessidade de cortes profundos.
Como ficou evidente pela grupo dos homens brancos de ternos que cercaram o líder, sorrindo durante seu discurso de posse, a velha elite do Brasil está novamente no comando. E estes homens sentem pouca obrigação de representar o 52% da população que são mulheres ou a 53 % que são de raça mista.
Foi um contraste impressionante a partida da equipe do gabinete e do governo de Dilma, que era muito mais diversificado em gênero e raça. Temer não pediu desculpas por ter remontando os valores tradicionais.
Assim como muitos manifestantes pró-impeachment se envolveram com as bandeiras nas cores nacionais, ele declarou que o lema de seu novo governo seria “ordem e progresso” – o lema positivista que está presente na bandeira do país. Progresso, no entanto, não parece incluir melhorias nos direitos das mulheres, que durante muito tempo foram tratados como cidadãos de segunda classe nesta cultura machista.
8 Comentários
[…] destacando especificamente a formação do ministério golpista. Quem quiser ler a respeito pode clicar aqui e checar a matéria do site do jornalista Marcelo Auler, um dos muitos a escrever a […]
O golpe visto de fora (vídeo):
https://www.youtube.com/watch?v=VPmN5FEd74o
O Brasil é o único país do mundo onde uma investigação contra a corrupção acaba com os corruptos no poder. Não, não estou contando uma piada.
O Temer avisou que ia unir o País. Só não avisou que era contra êle! Já que é assim: pega! pega!
IMPOSTOR TEMER É CITADO EM MAIS UM CASO DE CORRUPÇÃO (do Tijolaço):
A Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal,coletou indícios de um mensalão comandado pelo Democratas em Brasília. Em meio às gravações, um vídeo mostra o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa e o empresário Alcir Collaço, dono do jornal Tribuna do Brasil, conversando sobre pagamento de propina a políticos do alto escalão do PMDB: os deputados Tadeu Filippelli (DF), presidente do partido no Distrito Federal, Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e Michel Temer (SP)presidente da Câmara.
https://youtu.be/6tmeE7oEGts
Da mesma maneira que o apoio ao golpe é uma unanimidade na mídia corporativa do nosso país, assim também o repúdio ao golpe é consensual na mídia internacional. Digo isso porquê acesso portais de jornais de vários países para ter notícias mais imparciais sobre o quê realmente está acontecendo por aqui. Há cerca de 15 anos não leio nem assisto nenhum veículo da nossa mídia, já que ela está sempre ao lado da plutocracia e da cleptocracia.
Como eu tenho dito e escrito, a boa informação sobre o que ocorre no Brasil é obtida nos blogs e portais independentes e nas publicações e emissoras do exterior. Os editorias e reportagens de importantes periódicos estadunidenses e europeus têm demonstrado isso.
O Brasil regrediu 30 anos em 3 dias.