Não é de bom tom comentar resultado de pesquisa de opinião um ano e meio antes do pleito. Só que o Data Folha divulgado, no domingo (30/04), traz algumas informações curiosas. Uma delas: apesar de todo massacre da mídia golpista, em especial das Organizações Globo, o prestígio de Lula permanece intacto (29%). O que não chega a ser nenhuma novidade. O ex-presidente é daquela espécie de “jararaca” que quanto mais apanha mais cresce.
O dado preocupante, contudo, avisa que os pretensos pretendentes de extrema-direita avançaram. São os casos dos nazifascistas Jair Bolsonaro e João Doria. Sendo que o atual prefeito de São Paulo, no que o Data Folha chamou de “cenário cheio”, teria 5% das intenções e o governador paulista, Geraldo Alckmin, modestos 3%. O deputado federal carioca conquistou 11%, emparelhando com a singela Marina Silva que também atingiu a marca de 11%.
O valor desta enquete deve-se, unicamente, ao fato de ser realizada logo depois do tsunami que se abateu sobre a política nacional com as “Delações do Fim do Mundo”, feitas por uma multidão de 77 executivos da maior empreiteira do País, a Norberto Odebrecht.
Os nazifascistas Bolsonaro e Doria emergiram graças ao forte moralismo que sempre permeia a classe média brasileira. De fato, certa repugnância tomou conta de todos os brasileiros de bem em relação à roubalheira generalizada dos últimos tempos.
O aparecimento do juiz Sérgio Moro da “República de Curitiba” com 9% das intenções também tem a ver com esse fastio generalizado. Assim como a do verdugo do “Mensalão”, o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, que foi mimoseado com 5%.
A projeção da dupla dinâmica Bolsonaro/Doria também é um fenômeno já aguardado. Vejam o que aconteceu na Itália! O ex-premiê, Sílvio Berlusconi, o riquíssimo empresário amante de fanfarronices e bacanais com menores de idade, foi um dos legados da “Operação Mãos Limpas” na vida dos italianos.
Até o dia 2 de outubro de 2018, tem muita água para rolar por debaixo dessa ponte. É um prazo mais do que suficiente para que os eleitores compreendam que a nação brasileira não merece ter entronizado, novamente, no Palácio do Planalto uma figura ensandecida como Jair Bolsonaro. A experiência com Jânio Quadro já foi de bom tamanho.
O dândi Doria só será páreo para alguma coisa depois de falar ao que veio na prefeitura da maior cidade do continente. Por ora, sua gestão não conseguiu convencer ninguém. Até mesmo as suas presepadas a lá Jânio Quadros soaram ridículas. Vai ter que trabalhar muito e se conseguir melhorar a qualidade de vida dos paulistanos poderá vir a ser o nome forte que o PSDB colocará no páreo.
Na antevéspera do “Dia do Trabalho”, o IBGE soltou o número, este sim explosivo, os desempregados no Brasil já somam 14,2 milhões pessoas. Um recorde na história desta estatística e do País. Ela nos remete a uma questão concreta: será que o impostor Temer e sua camarilha irão se aguentar até 2018 com um fardo deste tamanho sobre os ombros?
As reformas da previdência e do trabalho enfiadas pelos golpistas goela abaixo dos trabalhadores agradam por demais as classes dominantes (empregadores). Mas, não há por parte deles nenhum comprometimento de que irão meter as mãos nos bolsos para fazerem os investimentos na economia necessários para reverter o explosivo contingente de desempregados.
De qualquer forma, é recomendável ficar de olho nessa dupla de nazifascistas. O Brasil está cansado de ser vilipendiado.
(*) Arnaldo César é jornalista.
2 Comentários
Vamos ser coerentes?
Na foto que ilustra a matéria o cabeçalho é : “A História, quado se repete…”. No rodapé da foto o complemento: “… é Farsa”. Logo, percebe-se a referência direta a Marx, sem ironias.
Mas no corpo da matéria o autor escreve:
“Os nazifascistas Bolsonaro e Doria emergiram graças ao forte moralismo que sempre permeia a classe média brasileira. De fato, certa repugnância tomou conta de todos os brasileiros de bem em relação à roubalheira generalizada dos últimos tempos.”
Ora, se o moralismo de prostituta sempre permeia a classe média brasileira, o que tomou conta dos brasileiros desse espectro não é repugnância à roubalheira generalizada, já que esta sempre esteve e está presente no aparato do Estado Brasileiro e mesmo antes, quando o Brasil e era uma simples colônia de Portugal. O que tomou e toma conta da classe média é a hipocrisia, o cinismo e o ódio nazifascistas, não contra os opressores da classe dominante, mas contra aqueles das classes dominadas e os representantes políticos desta, ou seja, Lula, o PT e a Esquerda em geral.
Não há nenhuma razão para essa condescendência com a classe média, hoje alinhada com os nazifascistas Boçalnaro e Doriana.
brilhante e profunda a matéria acima. Não podemos permitir que esses golpistas enganem nosso povo novamente.