Marcelo Auler
Tem certas imagens que dispensam texto. Copio aqui, sem a sua autorização, mas prestando minhas homenagens ao mesmo, uma ideia do Bartolomeu Rodrigues, com quem trabalhei em 1979 no Jornal de Brasília. Ele seguiu carreira, transformou-se em um jornalista exemplar, foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de Brasília e durante dez anos assessorou o Conselho Federal da Ordem e depois, por alguns anos a OAB-DF.
Nesta segunda-feira (28/03), no Facebook teve a brilhante ideia de comparar dois momentos distintos. O primeiro, em 1992, entrou para a História. O segundo, ocorrido ontem, só o tempo dirá se será registrado para a posteridade ou se tornará uma página a ser esquecida pelos advogados brasileiros.
Um fato, como as fotos demonstram, é inquestionável:
Em 1992, o então presidente da OAB Nacional, Marcello Lavenère, ao lado do saudoso e ilustre presidente da ABI, Barbosa Lima Sobrinho foram, literalmente, nos braços do povo entregar ao então presidente da Câmara dos Deputados, Ibsen Pinheiro, o pedido de impeachment do presidente Fernando Collor. A OAB apoiou porque tinham sido cometidos crimes, no exercício da função.
Na segunda-feira, o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, não conseguiu ingressar na Câmara dos Deputados pelo Salão Verde, a porta de entrada daquela Casa Legislativa. Foi à Primeira Secretaria protocolar um pedido de impeachment, por um caminho alternativo. No Salão Verde, os conselheiros da Ordem, saíram de forma no mínimo, nada nobre.
Aliás, a respeito, vale a leitura no site Tijolaço, do Fernando Brito: Vergonha para a OAB: virar chacota de Eduardo Cunha, que a manda entrar na fila do golpe
A propósito, copio aqui três afirmações de Lavenère ao Blog Viomundo, em uma entrevista, portada no dia 27/03, que vale a leitura na fonte: Marcello Lavenère, ex-presidente da entidade: “A OAB, juntando-se aos golpistas, assumiu o risco de ser equiparada a eles”
* Para que se possa iniciar um processo de impeachment é preciso que a autoridade tenha cometido um dos crimes capitulados na Constituição.
* No caso da presidenta Dilma, não é possível apontar nenhum dos comportamentos criminosos que seriam capazes de levar ao impeachment. Logo, como não existe prática delituosa da presidenta, não se justifica um processo de abertura de impeachment.
“Como não se tem o fundamento jurídico, pede-se o impeachment da presidenta por um ato político, um ato de divergência político-partidária ou um ato de divergência de política de governo”, expõe. “Alguém com interesses diversos do que governo que está aí. Essas pessoas estão utilizando o processo do impeachment como um golpe político para afastar a presidenta que foi eleita por 54 milhões de brasileiros.”
6 Comentários
Não entendi a lógica. O PMDB não é da “base aliada”, o PMDB é governo ! Aí por uma questão moral saem do governo entregando todos os cargos inclusive os de Ministros… OK, muito coerente…mas dentro dessa”coerência” não deveriam entregar o cargo de Vice Presidente tb?! É uma patifaria mesmo… a moral e ética vai no limite do caráter desses pilantras golpistas. E continua quererem fazer parecer isso tudo normal…Não é OAB?!
[…] a posição da Ordem, Marcelo Auler publica hoje um contraste histórico: a OAB de 92, sob aplausos públicos, levando – junto com […]
Incrível a presidente DILMA que não cometeu crime nenhum ser julgada por centenas de criminosos no Congresso… A posicao da OAB nao é o reflexo de seus integrantes, e a maioria deles inclusive estão com vergonha do que a OAB está apoiando. Sem mais.
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