Dentro da proposta de pluralidade do blog, como uma via de mão dupla, decidi nesta quarta-feira publicar dois comentários do Face Book do meu amigo Catito. Uma amizade de 30 anos, graças a um amigo comum que nos deixou muito cedo, vítima de um acidente de carro, o jornalista e irmão Paulo César Barreto de Araújo, o PC Araújo (1943-1987). Certamente eu e Catito não comungamos em todas as ideias, mas estamos juntos no principal que é a defesa da democracia, da ética, do respeito aos Direito Humanos. Ao ler, nos últimos dois dias seus comentários no Face Book – que são constantes – resolvi trazê-los, com sua autorização para o Blog. Ele, por si só tem muitos seguidores na internet. Mas, acho que a reprodução vale tanto no recado ao presidente, postado pela manhã – “Temer: Renuncie!” – como nesta “Nota de Falecimento”, que ataca o cerne da questão principal: a ética no serviço público.
Michel Temer deu carona a Gilmar Mendes para Portugal, mas o ministro do STF não esteve no funeral de Mário Soares. Passeio?
Gilmar Mendes é empresário (dono de Universidades) e Juiz de nossa Suprema Corte e, também Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Portanto, um dos homens mais poderosos do Brasil. Julga ações fundamentais para o funcionamento de nossa democracia.
Está em suas mãos a decisão de quando será julgada a ação proposta pelo PSDB que pede a impugnação da chapa Dilma-Temer, por abuso de poder econômico durante a campanha.
Segunda-feira (09/01), foi com o Presidente Temer de carona no avião presidencial para o enterro de Mário Soares.
Qual o problema ? Muitos.
Mas o principal deles é a AFRONTA à nação, ao jogar a ética no lixo ! , pois simplesmente um Juiz NÃO PODE pegar carona com quem é réu e cuja ação depende da decisão dele, o Juiz.
E me desculpem os que podem achar “normal” uma atitude dessas. Se você defende, é porque você merece viver esse país como ele é.
Enfim, comunico o falecimento da ÉTICA em nosso país.
Simples assim!
(*) Omar Catito Peres, mineiro, ex-secretário estadual do Governo Itamar Franco, empresário, proprietário dos restaurantes La Fiorentina (Leme, RJ), Bar Lagoa (Lagoa Rodrigo de Freitas (Lagoa, RJ) e Piantella (Asa Sul, Brasília). Texto compartilhado do Face Book de Catito.
4 Comentários
A coisa é pior do que parece: grandes latifundiários devem quase UM TRILHÃO em impostos à União:
https://youtu.be/H_WihPiZ0L4
PS – Sobre o caso da carona do Beiçola, muitos parlamentares já foram cassados por “falta de decoro” (seja lá o que for) e no caso deste “ministro” atitudes como esta, da carona, e muitas outras mais antigas, não se caracterizam também como falta de decoro?
DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA É FRAUDE
Economista e professor lança repto aos governistas e a qualquer financista:
debater o suposto déficit da Previdência Social.
Governo faz propaganda de déficit que não existe
J. Carlos de Assis*
O Governo Temer está gastando milhões de reais em propaganda a fim de convencer o povo brasileiro de que a Previdência Social tem um grande déficit e precisa urgentemente de reformas profundas que atingem direitos adquiridos dos trabalhadores. A alegação de que há um grande déficit previdenciário é falsa. Na verdade, a Previdência não tem déficit nenhum, é superavitária. O propósito da propaganda de televisão é dúbio. Pode ser simplesmente dar dinheiro para a TV Globo, ou disseminar a ideologia do déficit.
Como um governo pode mentir tanto, para tantos e durante tanto tempo? Simples, manipulando os conceitos constitucionais de Previdência e de Seguridade Social. Previdência Social é o sistema contributivo tradicional. Para ele contribuem todo trabalhador do setor privado, assim como os autônomos. Chama-se, apropriadamente, de Previdência contributiva. Se olharem as contas, tem sido superavitário por anos e décadas. É um mecanismo de solidariedade entre gerações: os ativos pagam pelos inativos.
Seguridade Social envolve também a parte não contributiva do sistema do lado patronal. É o caso da aposentadoria do setor público, saúde, aposentadoria rural e assistência. Embora não sejam integrantes do sistema contributivo, a Constituição criou fontes de financiamento para eles, notadamente contribuição dos servidores, contribuição sobre lucro líquido, Finsocial, receita de loterias etc. Em algum momento a CPMF integrou esse sistema de financiamento, mas os bancos e os grandes interesses conseguiram revogá-la.
Qual é, pois, a origem da manipulação? Consiste em somar todos os benefícios da Seguridade Social e compará-los ao financiamento exclusivo da Previdência Social. Claro, aparecerá um déficit gigantesco porque a Previdência não foi criada para sustentar todo o sistema de seguridade, mas apenas o sistema contributivo privado. A outra parte, não tendo financiamento específico, deve ser financiada pelas contribuições da seguridade em geral e, quando isso não é suficiente, por recursos do Tesouro Nacional.
Essa questão não é apenas contábil. É a fonte de distorção da proposta de reforma previdenciária defendida pelo governo e pelos asseclas do grande capital que estão de olho na privatização da Previdência como fizeram no Chile, destruindo o sistema público. Os trabalhadores terão de resistir a isso, do contrário não terão cobertura previdenciária na velhice. Além disso, se a proposta colocada pelo governo supostamente protege direitos adquiridos, podem se preparar, na frente, para uma segunda etapa, na qual esses direitos também desaparecerão. Portanto, é fundamental resistir já, agora!
Sugiro que a resistência não se restrinja a lobbies no Congresso Nacional. Isso é importante, mas não basta. Os trabalhadores poderiam, por exemplo, procurar juristas respeitados e entrar imediatamente com uma ação de improbidade administrativa contra o governo a fim de sustar a publicidade do déficit previdenciário na televisão, que pode ser classificado como propaganda enganosa. Isso teria um caráter pedagógico importante. Se quiserem, darei uma assessoria informal, gratuita. Acho que a professora Denise Gentil, a maior especialista brasileira em Seguridade Social, também dará.
Note-se que, além de manipular as contas da Seguridade, o governo rouba – e isso vem de longe – através de contingenciamentos, recursos que seriam dirigidos constitucionalmente para seu financiamento. Esse “roubo” sistemático, que vem desde o Governo FHC, é destinado a pagar juros da dívida pública, de acordo com os mecanismos fiscais socialmente perversos introduzidos nas finanças públicas brasileiras desde a inominável Lei de Responsabilidade Fiscal, da qual fui um dos principais críticos na época de sua aprovação, e que agora está destruindo estados e prefeituras.
No meu caso, aceito qualquer debate sobre déficit da Seguridade e da Previdência com qualquer pessoa de dentro ou de fora do governo. Pode ser economista da PUC, pode ser economista de banco, pode ser contabilista, pode ser comentarista de jornal: aceita-se o contraditório, coisa que do lado de lá nunca fazem. Tenho mais de 40 anos de experiência em economia política, mais de 20 livros publicados, mais de 5 mil artigos em grandes jornais, e, mais recentemente, na internet: jamais vi, em minha vida profissional, maior tentativa de manipulação do povo do que essa publicidade de déficit previdenciário como matéria paga pela televisão.
*J. Carlos de Assis
Jornalista, economista, do Conselho Editorial do Monitor Mercantil, coordenador do Movimento Brasil Agora.
[…] Fonte: Nota de Falecimento! | Marcelo Auler […]
Como sempre, GM foi bajulado pela mídia sabuja, que não questionou eme criticou esse último ato imoral e anti-ético por ele cometido; a imprensa chapa-branca se limitou a reproduzir as desculpas esfarrapadas de GM, tentando justificar o injustificável. GM só não dise as grosserias e impropérios que costuma dizer nos microfones porque antes fora devidamente enquadrado pelo procurador Eugênio Aragão que escreveu demolidor artigo, criticando o nefasto comportamento do que hoje preside o TSE e ocupa uma cadeira no STF.
Há dezenas de motivos para pedir o impedimento de GM. Renan Calheiros recusou os anteriores porque foi chantageado pelo STF (Cármen Lúcia desengavetou um processo contra Renan, que dormitava longos 9 anos nas gavetas do STF. O motivo? Chantagem política explícita, à la Eduardo Cunha, pois Renan pautou para votação um PL que prevê punição para procuradores e juízes que cometam abuso de autoridade. O desfecho, hoje sabemos, foi aquele acordão que manteve Renan na presidência do Senado, mas impossibilitado de suceder o traidor-golpista-usurpador-corrupto profissional, michel temer, na presidência da república. A chantagem teve também o auxílio luxuoso do ególatra-mor do STF, Marco Aurélio Mello, que de forma monocrática e ABSOLUTAMENTE INCONSTITUCIONAL determinou o afastamento de Renan da presidência do Senado. Então GM entrou em cena e orientou Renan a não tomar conhecimento da notificação e seguir na presidência do Senado. Na manhã do dia seguinte já era ventilado na imprensa que Renan seria mantido na presidência do Senado. Na tarde do dia 6 de dezembro de 2016, num jogo combinado, numa barganha política do mesmo nível das de Eduardo Cunha, o plenário do STF fez um mise-en-scène, massageando o ego de MAM, mantendo Renan Calheiros na presidência do Senado, garantindo assim a votação e aprovação da PEC-55-241/2016, a da morte, que sucateia os serviços públicos nas próximas duas década, mas inabilitando Renan da linha sucessória da presidência da república).
Pelo relato de Omar Catito Peres e pelo que acabei de expor nota-se que não apenas a ética, mas as principais instituições públicas brasileiras, sobretudo as federais – dos três poderes – estão mortas e apodrecidas.