Barra Mansa (RJ): mais um espaço de Memória & Verdade
2 de maio de 2024

Marcelo Auler

Em abril, trabalhadores terceirizados do polo petroquímico reclamaram da falta de segurança no trabalho. Foto Ivonei Arnt / Sindipolo

A tragédia que atingiu os gaúchos e gerou a solidariedade de milhões de pessoas, inclusive de outros países, não impediu que duas empresas do Polo Petroquímico de Triunfo (RS) – PSV-Serviços e Soluções Automatizada Ltda. e Predial Axel Manutenção Industrial Ltda. (GPS/In Haus) – dispensassem cerca de 300 trabalhadores dos 2.500 trabalhadores terceirizados, que cuidam da manutenção do polo. Entre os demitidos algo em torno de 250 estavam desabrigados, após terem suas casas inundadas.

Além de demitirem esses 300 empregados essas duas empresas colocaram anteciparam de forma compulsória as férias de outros, alguns deles, inclusive, com data retroativa. Tudo com forme denunciaram à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-RS), órgão do Ministério do Trabalho, os presidentes do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica de Triunfo – Sindipolo, Ivonei Arnt, e do Sindiconstrupolo, Julio Selistre, que representa os terceirizados. Ambos buscaram uma mediação com as empresas sem nenhum êxito até o momento.

O Sindiconstrupolo também apresentou queixa junto ao Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS), como admitiu na sexta-feira (24/05) ao Brasil Agora, da TV 247, o procurador Luiz Alessandro Machado, presidente do Grupo de Trabalho Regional “Desastre Climático – Maio de 2024”, criado pelo MPT-RS para acompanhar as consequências da tragédia climática no mercado de trabalho. A denúncia feita está com os procuradores do trabalho da unidade de Santa Cruz do Sul. Segundo a assessoria do órgão, as empresas serão notificadas.

No ofício que Arnt, do Sindipolo, e Selistre, do Sindiconstrupolo, encaminharam à STE-RS eles alegam sequer conseguirem contabilizar o exato número de demissões por negligência de informações dos departamentos de Recursos Humanos e das diretorias das duas empresas.

Operadoras extrapolam na jornada

Também na sexta-feira (24/05), Arnt e Selistre estiveram no Boa Note da TV 247 quando denunciaram esses desmandos e arbitrariedades e a total falta de diálogo com as duas empresas. Desde a segunda-feira (27/05) o Blog busca contato com a PSV-Serviços e a Predial Axel, mas não teve sucesso. Até a edição dessa reportagem não houve nenhuma manifestação das mesmas.

No ofício encaminhado à STE-RS, os presidentes dos sindicatos acusaram ainda as operadoras do polo petroquímico – Braskem, Innova, Arlanxeo e Oxiteno – de conivência com as práticas das terceirizadas.

Denunciaram ainda que as operadoras extrapolam a jornada dos seus trabalhadores. Durante alguns dias o pólo esteve paralisado por conta da dificuldade de acesso. Ao retornarem, os trabalhadores passaram a gastar cerca de 2h30 no trajeto da residência ao pólo e vice-versa. Ainda assim as operadoras modificaram a jornada de trabalho de todos esticando-a para 12 horas de serviço, o que obriga os empregados a dispensarem 17 horas das 24 horas do dia ao trabalho.

 

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