Não são apenas “vade-mécuns” e exemplares da Constituição brasileira que povoam a mesinha de cabeceira do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e de seus comandados na chamada “República da Lava Jato”, em Curitiba.
Os nobres causídicos, assim como o juiz Sérgio Moro e alguns delegados da Polícia Federal têm por hábito se deliciar com um livrinho de capa vermelha que atende pelo título de: “Arte da Guerra”.
Escrito, há 2.400 anos, pelo general chinês Sun Tzu, ele ensina táticas e estratégias utilizadas, até hoje, pelos exércitos mais modernos do mundo. A edição consumida pela turma da “Lava Jato” foi atualizada para os tempos atuais pelo também general chinês Tao Hanzhang.
Muitos não entenderam, por exemplo, as razões pelas quais, Janot mandou a Polícia Federal detonar, na última quarta-feira (30/03), a cúpula do Partido Progressista – PP. Vinte e sete de seus próceres foram indiciados por envolvimento com a roubalheira na Petrobras. Entre eles sete deputados.
O procurador geral dinamitou o PP justamente, no momento em que o governo negociava com eles os preciosos votos para evitar o impeachment da presidente Dilma, no plenário da Câmara Federal. Ninguém entendeu nada.
No milenar livro do comandante Sun Tzu tem um ensinamento que, talvez, possa dar sentido às medidas tomadas pelo procurador geral em mais esta operação. Lá pelas tantas se pode ler na “Arte da Guerra” a seguinte dica:
“Os guerreiros superiores atacam enquanto os inimigos estão projetando seus planos. Logo desfazem suas alianças”.
As alianças do governo com o PP, um dos partidos mais encalacrados com drenagem de recursos públicos na maior estatal do País, ainda não foram desfeitas. Mas é liquido e certo que Jacques Wagner e a própria presidente Dilma que vinham conversando com o presidente dos progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), vão ter que suar a camisa daqui para frente.
É bom lembrar que o estrago produzido por Janot não é pequeno. Dos 45 parlamentares deste partido 15 fecharam com a turma de Temer e Eduardo Cunha. Outros 30 estão abertos às “negociações”. Mas, todos eles, compreensivelmente, receosos.
Outro episódio tormentoso das últimas semanas também encontra amparo nas sábias profecias do general Tzu. Foi quando o impávido juiz Sérgio Moro vazou a conversa do ex-presidente Lula com a presidente Dilma, captada no grampo por ele autorizado no telefone do ex-presidente, na primeira semana de março. Apregoa o general:
“Golpear o inimigo quando está desordenado. Se teu oponente tem um temperamento colérico, tente irritá-lo. Se é arrogante, trata de fomentar seu egoísmo”.
Neste caso, quase que deu certo. A falta de sorte de Moro é que Lula tem preferência por outro gênio das estratégias. É o vietnamita Võ Nguyên Giáp, popularmente conhecido com o “Napoleão da Ásia”.
Na década de 70, ao lado do seu amigo Ho Chi Mihn e de um exército de 10 mil homens, Giáp botou para correr do Vietnam o Exército dos Estados Unidos. Já naquela época tido e havido com a mais mortífera de todas as máquinas de matar construídas pela humanidade. Antes, porém, já tinha dado um sacode nos franceses e nos japoneses. Para quem não se lembra, Vo Nguyen Giap morreu aos 106 anos de idade, em 2013. E, o melhor de tudo: tinindo de lucidez.
Esse fascínio de Janot, Moro e dos delegados da PF por leituras de caserna chegou aos ouvidos do ex-presidente. Num dos muitos grampos, foi flagrado pelo “pessoal de Curitiba” tirando um sarro dos seus algozes. “Eles que venham com a “Arte da Guerra” que eu tenho Giap do meu lado”, murmurou no aparelho o ex-presidente.
Quando juízes, promotores e delegados se debruçam sobre livros de guerra para conduzir uma operação contra corrupção é para ficar preocupado. Estão se preparando para o que der e vier. Contra tudo e contra todos.
(*) Arnaldo César é jornalista
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Uma das principais advertencias que Sun Tzu faz ao general em “A Arte da Guerra” é:
“Lembra-te que defendes não interesses pessoais, mas os do teu pais. Tuas virtudes e teus vícios, tuas qualidades e teus defeitos influem igualmente no ânimo daqueles que representas. Teus menores erros tem sempre nefastas consequências. Geralmente, os grandes são irreparáveis e funestos. É difícil sustentar um reino que terás levado à beira da ruína. Depois de destruí-lo, é impossível reerguê-lo. Tampouco se ressuscitam os mortos”
(trad. Sueli Barros Cassal da versão francesa do Pe. Amiot, para L&PM Pocket)
PF supera Gestapo e investiga 3 gerações da família de Lula:
http://www.tijolaco.com.br/blog/quer-saber-como-agia-gestapo-aprenda-com-policia-federal-do-brasil/
Por falar em investigações, agora que finalmente o Ministério da Justiça foi preenchido pelo brilhante Procurador Eugênio Aragão (que deveria estar na chefia do MPF desde há muito), que tal ver em que pé estão duas situações pendentes: uma a do dono do jatinho que se acidentou matando Eduardo Campos e que era também utilizado por Marina Silva. A outra é a do helicóptero cheio de pasta de cocaína apreendido EM FLAGRANTE pela PF. Não acredito que esses dois segredos de Polichinelo vão continuar escondidos pela PF.
Sugiro lerem a Constituicao Brasileira, a Lei de Interceptações Telefônicas, porem, acredito que estão mais afinados com “O menino maluquinho”. TODOS, como já falaram por aqui…O REI, Os príncipes e os Bobos da corte.
O leitor Francisco de Assis deu a dica. Se o conspirador janot(a) se vale do poder incontrolável que possui (essa jabuticaba implementada pela CF/1988 e azeitada pelo republicanismo ingênuo e obtuso dos governos petistas, que dá ao MP total autonomia sem prestar contas a nada e a ninguém) para objetivos político-partidários inconfessáveis (apelando mesmo para o golpismo e entreguismo das riquezas brasileiras ao alto comando estadunidense e internacional) já passou da hora do poder político legítimo e democrático (o Senado da República) usar de suas prerrogativas legais, para destituir e processar criminalmente o conspirador que hoje ocupa a PGR.
E não me venham os puritanos com a conversa de que assim estou acobertando senadores envolvidos em escândalos de corrupção. É que o jogo é pesado, mesmo. O que temos visto é uma trama sórdida da burocracia estatal (MP, PF e parte do PJ) ser implementada com fins de aniquilar a Esquerda Política Brasileira, o atual governo e os principais líderes populares daquele que é o maior partido dessa Esquerda: o PT, sob o slogan em tese incriticável, que o do “combate à corrupção” . Assim fazendo, esses atores policiais e jurídicos pavimentam a estrada para que a direita entreguista retome o poder político no Planalto. E essa direita, todos sabemos, é composta pelos setores oligarcas e plutocratas (herdeiros da Casa Grande), pelo empresariado vira-lata, pelos latifundiários, etc. Não podemos nos esquecer de que parcela significativa dos que integram as hostes do MP, da PF e do PJ são, também, descendentes e herdeiros da Casa Grande.
O senhor Janot que se prepare para responder perante o Senado da República pelo possível crime de lesa-pátria que cometeu ao entregar segredos do Estado brasileiro a governo estrangeiro, visando destruir a maior empresa Estatal brasileira.
E o senhor Moro também terá que se explicar o porquê de um juiz brasileiro frequentar, em 2007 (só?), cursilhos do Departamento de Estado de governo estrangeiro para se formar em ‘líder mundial’. E o que falou do Brasil aos professores de potencia estrangeira em cursilho da CIA e do FBI em 2009 (só?).
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