O ritmo frenético deste final de temporada da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio) tem me ocupado o tempo e impedido de fazer novas postagens. Mas não dá para deixar passar esta foto que Beatriz Barros fez quando íamos à Cadeg.
O painel não é novo. Talvez alguém já o tenha até postado, embora eu não tenha visto. Mas o recado dos mangueirenses é muito claro e direto. E continua válido, por isso merece ser apresentado.
Quem sabe não foi o próprio Beltrame quem mandou pintar isso para ver se as autoridades federais, estaduais e municipais param de fazer “ouvidos de moucos” e assumam que as comunidades não precisam apenas de polícia?
Aliás, poucos metros adiante deste painel, na própria Rua Ana Neri, está o simbolo do descaso governamental: o esqueleto do prédio que outrora abrigou o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) continua à espera de uma destinação (foto ao lado).
Se não é possivel fazer dali um centro cultural, ou um centro de treinamento profissional para os jovens mangueirenses, ou mesmo um centro de saúde que atenda às carências da cidade nesta área, que ao menos transformem aquela estrutura em habitação popular. Ocupado por moradores sem teto o prédio já está, mas em condições sub-humanas.
Em 2013, a procuradora da República Ana Cristina Bandeira Lins, expediu recomendação para que o prefeito do município do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, dê o uso devido ao antigo prédio abandonado há mais de 10 anos.
Determinou ainda que a prefeitura garantisse as condições de higiene e segurança dos ocupantes do prédio até que eles sejam cadastrados e reassentados, como se constata na página da Procuradoria da República do Rio de Janeiro (PRRJ).
Mas, passaram-se dois anos e nada foi feito. Enquanto isso, milhões de reais são gastos na maquiagem da cidade preparando-a para as Olimpiadas do próximo ano e beneficiando o chamado mercado imobiliário. Afinal, dos moradores da Mangueira os políticos esperam apenas os votos. Já dos empresários do mercado imobiliário outros benefícios podem receber. Até que se proiba o financiamento privado das campanhas.