Antes mesmo da vergonhosa sessão da Câmara Federal, na quarta-feira (02/08), o País já havia sido tomado por uma lufada de desânimo e desesperança. Todos sabiam que Temer e sua camarilha sairiam vencedores daquele medonho embate político. Afinal, R$ 13,2 bilhões em dinheiro público foram torrados para que os golpistas continuassem encastelados no Palácio do Planalto. Nada poderia fugir ao script previamente traçado.
Novamente, a classe política brasileira conseguiu empurra o País para uma perigosa encruzilhada. Senão, vejamos:
Por um aumento nas passagens de ônibus de 0,20 centavos, brasileiros de todas as classes sociais sacudiram o Brasil de Norte a Sul, em meados de 2013. Lembram-se? O que está acontecendo nos dias de hoje tem intrigado os analistas políticos de todos os costados.
“Por que tanta apatia, diante de tanta patifaria?” é uma pergunta que ronda a cabeça daqueles que se ocupam de interpretar os fatos.
Não é de hoje que o teólogo Leonardo Boff vem alertando o País para os perigos dessa aparente “apatia”. Sintonizado com os estamentos de menor poder aquisitivo, o ex-frei tem identificado sinais de um descontentamento profundo que poderá se transformar numa explosiva convulsão social.
O filósofo e um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST -, Guilherme Boulos é outro que sente “cheiro de pólvora” nas ruas. Todas às vezes que concede uma entrevista, faz questão de alertar para uma insatisfação silenciosa que tem contaminado não só o operariado como também áreas significativas das classes C e D.
A violência desenfreada em estados da federação carcomidos por crises gravíssimas, como são os casos do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e muitos outros é um dos primeiros sintomas do que poderá vir pela frente.
Tudo o que o Brasil não precisa, neste momento, é de um conflito político social nos moldes daquele que está calcinando a Venezuela. Por aqui, as coisas tendem a fica mais caóticas. Faltam-nos elementos preciosos como: estabilidade institucional, projeto de Nação e lideranças políticas.
A maioria dos 72 mil brasileiros apontados pela Receita Federal como detentores de patrimônios pessoais superiores a R$ 20 milhões e donos de 30% da riqueza nacional deseja única e exclusivamente impedir que governos populares se consolidem no Brasil. Odeiam o PT e o Lula e farão tudo para enterrá-los pelas mãos do juiz missioneiro, Sérgio Moro.
Sempre foram predadores. Jamais tiveram qualquer preocupação social. Foram e continuam sendo escravagistas, muito embora a escravidão tenha sido abolida em 1888. Os brasileiros mais ricos (aqueles que financiam os 263 parlamentares que impediram Temer de vir a ser investigado por corrupção passiva) continuam achando que o Exército dará conta de manter a ordem, na eventualidade de um distúrbio qualquer.
As esquerdas acreditam passar uma borracha nisso tudo com a convocação de eleições diretas já ou em 2018. É uma das poucas alternativas. Mas, roga-se aos céus para que nenhuma surpresa aconteça antes disso!
(*) Arnaldo César é jornalista e colaborador do Blog
6 Comentários
O brasileiro médio só entende de futebol e de novela da globo.
Mais palmas!!!
AULER: a surpresa já está sendo costurada como única saida para os golpistas se perpetuarem no poder. Ontem Temer já acenou com um “possível” parlamentarismo, que já foi rejeitado num referendo popular. Eles não largarão o osso tão facilmente. Imagine esse Congresso corrupto elegendo nosso presidente e primeiro ministro. É o fim.
O jornalista escreveu esse texto após a 3ª noite da infâmia, em que mais da metade dos deputados comprados por propinas ‘temerárias’, investigados ou denunciados por crimes diversos, votaram pela não investigação dos crimes cometidos pelo chefe maior da quadrilha, michel temer.
Hoje, sexta-feira, 4 de agosto de 2017, uma revista do grupo Globo publica “reportagem’ fartamente ilustradacom fotos mostrando os milhões de reais em dinheiro vivo, pagos pela JBS como propina pura ao senador Aécio Cunha, ao usurpador da presidência da república por meio do golpe de Estado, michel temer, assim como ao presidiário Eduardo Cunha e seu operador, Lúcio Funaro, pra ficarem calados.
Todo o séquito lavajateiro (curitibano, brasiliense e fluminense), com destaque para carlos lima, deltan dallagnol, rodrigo janot, delegados aecistas da SR-DPF/PR, sérgio moro, ricardo leite, vallisnei oliveira, marcelo bretas e, todo o STF têm enorme culpa e responsabilidade pelo desmonte do Brasil e pela colocação no governo federal dessas oligarquias corruptas, assassinas, escravocratas, plutocratas, cleptocratas, privatistas e entreguistas. A banca nacional e internacional, setores do empresariado e do agronegócio, o PIG/PPV, todos a serviço do alto comando internacional do golpe – que fica nos EUA – são também responsáveis pela depressão e desmanche moral-institucional-econômico-social-políticos que estamos vivendo.
Colocar a culpa nas vítimas, como muitos analistas têm feito, é mais um grave erro. Esses analistas devem apontar as razões objetivas pelas quais as massas que estão sendo espoliadas e excluídas não estão se mobilizando em protestos de rua. Os esses analistas pensam que as manifestações ocorrerão por geração espontânea, sem lideranças que as conduzam? E onde estão as lideranças capazes de mobilizar essas massas? a maior dela, Lula, está sendo implacavelmente perseguida e caçada pelas quadrilhas do “sistema de justiça”. Outra que poderia liderar movimentos e manifestações políticas, Guilherme Boulos, do MTST, ainda não se apresentou com a cara e coma coragem, para ocupar espaços e terrenos na política partidária. Sem lideranças o máximo que o povão consegue provocar é convulsão social, violência, quebradeira, saques ao comércio, depredação, queima de ônibus e outros veículos de transporte.
Uma liderança inteligente deve mobilizar as massas para combater os mais perigosos inimigos do momento, que são as quadrilhas encasteladas e enquistadas na burocracia do Estado (polícias, MP, PJ), as quadrilhas midiáticas (PIG/PPV), assim como as da política, nessa ordem.
Nosso. (Sic) país virou um grande Paradoxo :
Deputados que não valem nada , custam um a fortuna .
Juizes que eram pra ser imparciais , adotam a parcialidade .
Promotores que normalmente deveriam agir na sabedoria e discrição do cargo, fazem PowerPoint entrevistas globais lançam livros de investigação em andamento e pasmem palestras remuneraras com propagando em seus Facebook , aonde é seu lugar de expressão , e não nos autos .
Delegados ( da República de CU rotina ) investigando políticos , ovacionado outros em suas redes sociais , e pior, investigam crimes cometendo mais crimes pra isso !!!
Viramos a verdadeira República da Cloaca.
( palmas)
Perfeito seu comentário. Agora pergunto: o que fazer? a quem recorrer?
As instituições estão corrompidas e a sede de poder parece insaciável.
Estamos entregues à própria sorte, ou pior, ao próprio azar!