Marcelo Auler
A turma da oposição a tudo e a todos acabou gerando algo fantástico. Pela primeira vez, desde que acompanho a vida política do país – e bota pelo menos quatro décadas nessa conta – a indicação de um nome para o Supremo Tribunal Federal (STF) extrapola aos limites do debate da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Ali, como sempre se viu, não passava de um “mise-en-scéne” em que jamais se arguia pra valer os candidatos. Agora, graças à forte campanha de oposição orquestrada por diversos setores, o debate é publico. Caiu na rede.
Não entro na discussão legal do caso, pois não sou dos mais indicados para meter a colher neste debate. Apenas abro espaço aqui para o link em que o próprio jurista Luiz Edson Fachin explica a questão da advocacia concomitante ao exercício do cargo de procurador do Estado do Paraná (https://www.facebook.com/MovimentoFachinSim).
Uma coisa, porém, fica clara. Não importa quem a Dilma Rousseff indique para a função. Nem tampouco se o indicado, como ocorre com Fachin, recebe apoio de incontáveis entidades de juristas, de diversos setores da sociedade civil, de nomes como o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e dos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Roberto Barroso, ou até de oposicionistas.
Do jeito como determinados setores insatisfeitos até hoje com o resultado das eleições querem conduzir a discussão política, qualquer pessoa indicada será bombardeada e corre o risco de o nome não ser aprovado. Não por falta de méritos, mas por ser indicado pela presidente.
Pelo visto querem que ela delegue à oposição o direito da indicação, mesmo sem terem recebido nas urnas o apoio necessário para o exercício da Presidência da República.
3 Comentários
A Dilma foi intensamente criticada por ter demorado a indicar um juiz para o STF, mas tenho certeza que ela estava esperando para ver se o clima mudava, pois estava certa que qualquer um que indicasse iria acontecer o que está acontecendo, isto é, essas ameaças de rejeição.
Essa é a turma do quanto pior melhor.
Que maravilha constatar que o nosso (ótimo) jornalismo alternativo conta agora com a experiência de Marcelo Auler!