Desde quando tomaram o poder, os golpistas que se aboletaram no Palácio do Planalto, em Brasília, passaram a comandar o País na base de chantagens, truques ardilosos, chicanes, acordos por debaixo dos panos e pequenos expedientes.
É verdade que a política brasileira sempre se movimentava dentro dessa lógica. Só que antes agiam na calada da noite. Hoje, os bucaneiros de plantão fazem isso às claras. Ás vezes na frente das câmeras, em cadeia nacional.
O pudor – sentimento de vergonha por atos que firam a decência – foi mandado ás favas.
O recém-empossado presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mal havia acabado de contar os votos que lhe reconduziram ao cargo, colocou em votação o regime de urgência para um destes desavergonhados projetos de lei. O que livrava a cara dos partidos de qualquer tipo de prestação de contas junto aos tribunais eleitorais.
Maia e os parlamentares por ele comandados – inclusive os do PT – imaginavam que com esse movimentos sorrateiros iriam conseguir blindar suas respectivas agremiações das garras da “Operação Lava Jato”. Por sorte deram com os burros n’água. E, agora vão ter que inventar um novo truque parlamentar para enganar o populacho.
O expediente maroto acabou rendendo dores de cabeça para o jovem presidente da Câmara. Na base da retaliação, a Polícia Federal mandou escancarar no “Jornal Nacional” que o nobre deputado fluminense andou embolsando um jabaculê de R$ 1 milhão, pagos pela empreiteira OAS.
Lá das masmorras de Curitiba, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), bafejado pela mídia golpista como o “inteligente dos políticos em atividade”, anunciou, durante a sua inquirição pelo juiz Sérgio Moro, que também padece de um aneurisma cerebral. Aproveitou que a Nação ficou consternada com a morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia por conta de doença idêntica, e representou o seu papel de vítima. Algo ratificado, posteriormente, num artigo nas páginas de opinião da “Folha de S.Paulo”.
Entorpecidos por tantas e repetida trampolinagens, a maioria dos brasileiros, talvez, não se deu conta do escárnio a que foram submetidos. Afinal, a palavra “político”, no Brasil, sempre rimou com “espertalhão”.
Talvez, o cúmulo da insensatez e desprezo pela coisa pública tenha vindo de Vitória, no Espírito Santo. Indignados porque não recebem aumento de salários, há sete anos, os PMs capixabas resolveram fazer greve. Como estão impedidos por lei de exercerem tal prerrogativa, criaram um ardil sórdido. Mandaram as mulheres e os filhos menores bloquearem a porta dos quartéis para que não pudesse ir às ruas garantir a segura e a ordem para os cidadãos contribuintes daquele Estado.
Nada contra as reivindicações daqueles policias. Mas, lançar mão das mulheres e dos filhos para cruzarem os braços é o cúmulo da chantagem. O resultado de tal “esperteza” pode ser observado em uma estatística macabra que já contabiliza mais de 120 mortes violentas praticadas pela bandidagem que tomou conta do Estado.
O truque utilizado pelos PMs capixabas encantou várias outras corporações pelo País afora. No Rio, até a hora que este artigo foi escrito na sexta-feira (dia 10/02), já havia movimento de familiares, nas portas de quatro batalhões da PM.
Enquanto essa nova formalidade de “greve familiar” começa a tomar conta do País, o ministro golpista da Justiça e da Segurança Pública, Alexandre Moraes, dedica-se de corpo e alma à aprovação da sua indicação para a vaga de ministro do STF pelo Senado Federal. Nesta sua árdua missão, o jurisconsulto que também é dado a plágios em suas teses e pareceres, foi visto, esta semana, flutuando numa chalana, conhecida como “Love Boat”, pelas águas do lago do Paranoá, em Brasília.
Moraes, como relatou com maestria o jornalista Luís Costa Pinto no site 360º, jantou na seleta companhia de um grupo de senadores. Estava barganhando a sua indicação no interior de uma suntuosa embarcação que em situações normais é usada para promover apimentadas festas e encontros de casais.
O não menos “inteligente ministro”, como faz questão de acentuar a imprensa amestrada, comprometeu-se com os presentes em ser um magistrado compreensivo. Daqueles que deixará sempre as portas de seu pretenso futuro gabinete no STF abertas para toda a sorte de políticos acossados por essa onda moralizadora que tomou conta da política nacional.
Enquanto isso, o chefe de Moraes, o presidente usurpador Michel Temer queima as pestanas para descobrir uma chicane que possibilite emplacar como ministro o seu fiel escudeiro Moreira Angorá Franco. Missão também complicada. Pelo visto, nem todos os conhecimentos adquiridos como constitucionalista da USP, estão dando conta do recado. Os magistrados, especialmente os de primeira instância, não se afeiçoaram as “manobras presidenciais” e mandaram suspender a nomeação do Angorá.
Ironias à parte, o que se pode constatar é que o Brasil mergulhado na sua mais absurda crise política-institucional-econômica está sendo tocado por um grupo de espertalhões/chantagistas sem qualquer obrigação e responsabilidade c0om o resto da Nação. O golpe tem um único compromisso: consolidar, no Brasil, o bundalelê.
(*) Arnaldo César é jornalista e colaborador do Blog.
8 Comentários
[…] Por Arnaldo César, no Blog do Marcelo Auler […]
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Ser “governado” por lideranças do Sindicato do Crime não pode acabar bem.
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Apreende-se também que neste bloco de balanços glúteos, a polícia federal usa conforme o timing o que guarda nas gavetas a depender do ritmo dos tambores da república.
[…] A Nação do bundalelê […]
[…] Fonte: A Nação do bundalelê | Marcelo Auler […]