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Vejam os medalhistas. E querem reduzir (acabar?) os programas sociais?

Marcelo Auler

“Essa medalha tem um significado especial por ter vindo de um projeto social, mas me dá tristeza ver que isso acabou no Brasil. Se vocês tiverem como tirar fotos dessa medalha, mostrem aos nossos políticos no Planalto para que eles parem de brigar entre si e continuem a buscar novos atletas. Os EUA são uma potência no esporte porque lá existe incentivo do governo”.

Reeditado na quinta-feira (18/08) para acerto do nome do boxeador Robson Caetano que tinha sido identificado como Robson Concveição, atleta de outras Olimpíadas. Ao próprio e aos leitores, meu pedido de desculpas pelo erro.

Reeditado na quinta-feira (18/08) para acerto do nome do boxeador Robson Conceição que tinha sido identificado como Robson Caetano, atleta de outras Olimpíadas. Ao próprio e aos leitores, meu pedido de desculpas pelo erro.

A frase de Isaquias Queiroz, medalha de prata na canoagem, é um soco, tão forte quanto o do baiano Robson Conceição  – medalha de ouro no boxe -. naqueles que criticam e condenam programas sociais. São geralmente os neoliberais que fazem de tudo em defesa do chamado mercado. Falam em reduzir gastos com os mais necessitados para gerar superávit e pagar a dívida (jamais auditada, como deveria ser) e o serviço dela.

Isaquias não é uma exceção. Nestes Jogos Olímpicos Rio 2016, dez das onze medalhas conquistadas pelos brasileiros vieram de atletas beneficiados com programas de incentivo bancados pelo governo,

Para muitos, pode ser considerado dinheiro jogado fora, que poderia gerar o tão desejado superavit que os neo-liberais defendem.

Mas, nem é preciso muito esforço para enxergar que tais projetos não se mostram proveitosos apenas na hora de subir ao pódio, Até chegar lá são centenas de jovens que passam por treinamentos e, com isso, deixam a legião dos desocupados. Consequentemente, a de candidatos à marginalidade.

O mais curioso é que muitos daqueles que aparecem nos estádios, arenas e demais locais de competição trajando o verde amarelo, gritando pelos nossos competidores e vaiando os adversários – em um espírito pouco olímpico -, são os mesmos que foram, com as mesmas camisetas para ruas e avenidas pedir o fim do governo Dilma e ajudar no golpe que levou Michel Temer para o palácio. Ou seja, colocaram no poder, através do golpe do impeachment, quem agora defende reduzir (por terem medo de propor a simples extinção) os programas sociais em geral, inclusive os que ajudaram estes mesmos atletas pelos quais torcem e cobram resultados.

Tomara que o meu resultado e o da Rafaela (Silva, do judô), que viemos de setores não muito favorecidos da sociedade, possa abrir os olhos do governo para a importância desses projetos”, insistiu o canoísta, referindo-se à medalhista de ouro no judô, descoberta no Instituto Reação, projeto do ex-judoca Flavio Canto.

dados do Bolsa AtletaReproduzo, acima, um quadro que retirei do site do jornal O Globo.com – O DNA do time Brasil.

São 358 atletas da delegação brasileira que recebem ajuda do governo em algum dos programas sociais criados nos governos do PT. Sem falar que Lula foi o responsável por trazer tanto a Copa do Mundo, em 2014, como os atuais Jogos Olímpicos para o país.

Representam 77% da delegação. Entre esses 358 patrocinados pelo governo, 145 – nove entre os medalhistas -, foram incorporados aos quadros das Forças Armadas, dentro do Programa Atletas de Alto Rendimento. Recebem um salário mensal de sargento – R$ 3.200, incluindo 13º salário – e dispõe de plano de saúde e estrutura para treinamento, caso necessitem. Entre eles, a Talita do vôlei de praia, a Rafaela, do Judô e o Robson Caetano. Isaquias não faz parte do programa.

A dupla feminina de vôlei de praia, Larissa e Talita também se beneficia dos programas sociais e pode conquistar uma medalha de bronze

A dupla feminina de vôlei de praia, Larissa e Talita também se beneficia dos programas sociais e pode conquistar uma medalha de bronze

Dez dos beneficiados por programas sociais já são medalhistas, em um quadro que pode aumentar. As jogadoras de vôlei de praia Larissa França e Talita Antunes, que nesta quarta-feira (17/08) disputarão o bronze, também são beneficiária do Bolsa Pódio, que financia uma equipe para o preparo delas.

Ao quadro apresentado pelo Globo.com, apenas acrescentei uma conta, a partir dos próprios números ali expostos. Multipliquei o número de atletas beneficiados em cada programa pelos valores pagos. No caso do Bolsa Pódio, que não há um valor único, calculei a média (R$ 10 mil/por atleta). Com isto, chegamos a um valor total mensal de R$ 1,537 milhão. O que equivale a uma media de R$ 4.294, mensal, para cada um dos 358 atletas beneficiados.

Esses atletas recebem, portanto, um pouco menos do que os R$ 4.377,73 pagos pelos cofres da União aos magistrados do país como auxílio moradia. Valor que eles, magistrados, somam aos seus salários, em média superiores a R$ 20 mil.

O valor recebido por estes atletas corresponde ainda a em torno de 9% do que recebem os deputados federais a título de cota parlamentar para gastos com alimentação, combustível e passagens aéreas, conforme cálculo feito pelo Congresso Em Foco.

Não precisa falar muito mais. Basta retomar o discurso de Isaquias logo após receber a medalha de prata e alertar para a necessidade de apoio aos atletas:

“O Esporte pode mudar a vida de jovens. Para mudar, tem de ter incentivo de quem está no governo. Espero que meu resultado, não só meu, mas de quem não é tão favorecido, ajude para que o governo possa confiar nos seus atletas”.

 

10 Comentários

  1. CHRISTIAN COUTO E SILVA disse:

    Apesar de, tecnicamente, não ser errado definir o Bolsa Atleta e o Programa Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas como programas sociais, tais programas não trazem incentivos à população em geral, como trazer infraestrutura ao esporte em áreas carentes. Tais programas trazem apoio somente aos atletas de alto nível, que já se destacam em suas respectivas modalidades, e que são selecionados para fazer parte desses programas limitados e, consequentemente, seletivos. Não trazem o mínimo de apoio às categorias de base, que realmente tiram jovens da criminalidade e os trazem ao esporte, ao contrário, investe somente nos atletas de ponta, para que possam continuar no esporte e assim, trazer medalhas ao país.
    Isaquias Queiroz, que é utilizado como exemplo, só foi receber o apoio através da bolsa pódio após ganhar duas medalhas no Mundial júnior, ou seja, ele escalou 90% da montanha por conta própria, para então receber o apoio de tais programas sociais.
    Não que eu não apoie os programas citados (muito pelo contrário), mas não deveriam ser citados como o porta-bandeiras dos programas sociais que tiram a população carente da condição de pobreza, pois estão longe de fazer isso.

  2. […] postagem que editamos quarta-feira (17/08) – Vejam os medalhistas. E querem reduzir (acabar?) os programas sociais? – mostramos que os programas sociais, que os neoliberais do governo golpista Michel Temer […]

  3. […] postagem que editamos quarta-feira (17/08) – Vejam os medalhistas. E querem reduzir (acabar?) os programas sociais? – mostramos que os programas sociais, que os neoliberais do governo golpista Michel Temer […]

  4. […] postagem que editamos quarta-feira (17/08) – Vejam os medalhistas. E querem reduzir (acabar?) os programas sociais? – mostramos que os programas sociais, que os neoliberais do governo golpista Michel Temer […]

  5. Ato falho: a imagem mostra a foto de Robson Conceição, com o nome de Robson Caetano, outro medalhista, de outras épocas.

  6. Eu mesmo. disse:

    INVESTIR em EDUCAÇÃO e ESPORTES (atletismo, ginástica, judô, esportes aquáticos e outros esportes amadores individuais) é economizar gastos, a médio e longo prazo, em segurança pública e saúde pública.

  7. João de Paiva disse:

    Prezado Marcelo Auler, prezados leitores.

    Uma reportagem como esta serve de resposta a todos aqueles que, sem racionalidade ou argumentos, sempre partem para as ofensas, injúrias, calúnias e difamações – ou mesmo chegam a cometer agressão física e tentativa de homicídio – quando nos posicionamos contra o golpe de Estado, contra os neoliberais oligarcas, plutocratas, reacionários, nazifascistas, cheios de vira-latismo e entreguismo, além de empáfia e falso sentimento de superioridade. A turba cheia de ódio nazifascistóide não percebe ou finge não ver as várias realizações dos governos petistas no combate à fome e à miséria, promovendo a inclusão social, no campo educacional – com a criação de 18 universidades federais e mais de 200 escolas técnicas – no incentivo ao micro-empreendedorismo, nos esportes, no desenvolvimento da indústria naval e da tecnologia para descoberta do Pré-sal, dentre varias outras realizações de relevo.

    Se reconhecer a legitimidade de um governo eleito pelo voto popular e as realizações desse governo é ser petista, não tenho medo de assumi-lo. Críticas a esse governo? É claro que há muitas que podem ser feitas. Não só aceito as que são justas e pertinentes como nunca deixei de fazê-las.

    Indefensável mesmo é um golpe de Estado midiático-policial-judicial-parlamentar, como este em vias de se consumar no Brasil. Indefensável é uma burocracia estatal (PF, MP e PJ) que se associa em ORCRIM, para derrubar um governo legítimo e criminalizar e aniquilar a Esquerda Política Brasileira e seus principais líderes. Indefensável é uma imprensa golpista e criminosa como a que temos no Brasil, controlada por menos de 10 famiglias (como a Marinho, Mesquita, Civita, Frias, Abravanel, Saad…). Indefensável é a postura omissa, cúmplice e covarde assumida por uma suprema côrte constitucional que se submete a um juiz de 1º grau, como sérgio moro, sabendo que esse juiz é soldado treinado e a serviço do alto comando internacional do golpe, que fica nos EUA.

    Minha revolta e indignação desde 2013, quando as sementes do golpe foram lançadas em terreno fértil no Brasil, é tanta que fiz questão de não acompanhar a copa Do Mundo de 2014 e agora faço questão e não acompanhar os jogos olímpicos, seja a o vivo, seja pela televisão. Mas parabenizo os atletas que se esforçaram e obtiveram classificação, para representar o brasil nesta 1ª olimpíada no continente sul-americano, não apenas os que ganharam ou que venham ganhar uma medalha. Como a reportagem mostra, os incentivos dados pelo governo ajudaram muitos atletas a poder se dedicar aos treinamentos e assim melhorar o rendimento. É bom que TODOS os atletas que venham a conquistar medalhas se reúnam e dêem uma entrevista coletiva aos veículos de mídia, defendendo todos os incentivos e iniciativas dos governos Lula e Dilma, para que a prática esportiva fosse usada não só para preparar atletas de alto rendimento, mas cidadãos mais aptos a encarar as dificuldades da vida cotidiana, abrindo-lhes oportunidades e dando-lhes auto-estima.

    • adalberto de santos disse:

      sempre encontraram desculpas para defender um grupo que tira de quem trabalha para ajudar quem não quer trabalhar . Alimentando ideia socialistas a la cuba . Fala -se sobre fome, mas, as taxas de impostos sobre alimentos no Brasil são as maiores possíveis , vejo controvérsias . vitimismo descarado deste povo que administram o Brasil de 80 ate os dias atuais , governos que adoram apontar o rabo do outro , mesmo fazendo coisas erradas . ESSA É UMA DAS FORMAS DE DESVIAR A ATENÇÃO DA POPULAÇÃO, O POVO NÃO TEM INFORMAÇÃO .

    • Luiz Castro disse:

      mimimi…

      Quer justificar o assalto de BILHÕES dos cofres públicos, com meia dúzia de “acertos”?

      O STF já declarou que o Impeachment é LEGAL e CONSTITUCIONAL !!!
      Roubou, tem que pagar!

      No mais… CIAO QUERIDA!!!

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