De duas, uma: ou o Estadão não Lê mais o que ele próprio publica, ou ele deseja realmente enganar seu leitor, com manchete falaciosa, desmentida por ele mesmo.
Quem conhece Paulo Lacerda, ex-diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF) no primeiro governo Lula e oito meses da segunda gestão, até ser removido, em 29 de agosto de 2007, para a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), sabe que ele jamais aceitaria interferência política sob o seu comando. Ele, que mudou a cara da Polícia Federal no país, perdeu seu cargo por trabalhar bem. Foi alvo de uma decisão do governo de arrefecer as operações policiais iniciadas na sua gestão e que atingiam, indiscriminadamente, políticos de todos os partidos e, até mesmo, policiais federais.
Por isso, quem o conhece e viu a manchete de o Estadão on line, sabe que Lacerda jamais faria uma denúncia dessas, pois se tal fato tivesse ocorrido, ele teria deixado o cargo. Afinal, não foram poucas as vezes que o experiente delegado foi convidado para dirigir o DPF e recusou. Aceitou-o, no final de 2002, por conhecer Marcio Thomaz Bastos, o futuro ministro da Justiça, de quem partiu o convite e, principalmente, por confiar nele. Lula ele ainda não conhecia. Foram apresentados por Bastos e, com a convivência, passaram a se respeitar. Aliás, o último encontro dos dois deu-se justamente no velório de Bastos, em novembro de 2014.
O problema maior é que a própria matéria publicada pelo jornalão centenário de São Paulo, desmente a manchete sensacionalista e alarmista que lhe deram. Está lá, alguns parágrafos abaixo, o que Lacerda falou ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ao prestar depoimento, como testemunha, nesta quarta-feira, 15 de março.
No terceiro parágrafo, consta no texto da reportagem: “A Moro, o delegado negou que a PF tenha sido alvo de intervenções do Planalto enquanto esteve no cargo, entre 2003 e 2007. No entanto, revelou ter sido procurado por agentes políticos.
“Um ou outro parlamentar às vezes pedia audiência na Polícia Federal e queria indicar o servidor para este ou aquele cargo. Normalmente, um superintendente regional. Vinha conversar comigo e eu dizia que isso não seria possível porque eu já havia acertado com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e com o presidente Lula, que não haveria interferência”, relatou”.
Os processos presididos pelo juiz Moro são relacionados ao chamado esquema da Petrobras. Portanto, Lacerda foi prestar depoimento sobre os mesmos. Mas o que disse a respeito foi levado para o pé da matéria, pois o sensacionalismo se torna necessário, mesmo que seja para enganar temporariamente o leitor ou aquele que se fixa apenas na manchete.
O próprio jornal fala – pelo jeito, sem acreditar – sobre a postura do delegado e a independência que ele tinha como chefe do DPF. Não à toa que ele sempre foi uma figura respeitada por todos. Diz a repportagem:
“Lacerda ainda afirmou não saber de eventuais vantagens indevidas oriundas de esquemas envolvendo a Petrobras ao ex-presidente Lula.
Se eu tomasse conhecimento, alguma providência haveria de ser adotada”.
Horas depois, parece que alguém na redação leu a reportagem por completo e ajeitou a manchete colocando como novidade algo que todo mundo sabe: políticos sempre indicaram policiais amigos para cargos de chefia – em especial, de superintendências – do DPF. Era uma prática normal, até Lula assumir a presidência da República e dar total autonomia à Polícia Federal, bem como aos demais órgãos de fiscalização do governo, tal como ele deixou claro no depoimento ao juiz da 10ª Vara Federal de Brasília.
Portanto, a notícia não está no fato de políticos terem tentado indicar nomes para cargos de superintendentes no DPF. O que foi novidade é que estas indicações não foram feitas no governo de um partido que hoje é tratado como organização criminosa.
Ou seja, quando o depoimento da testemunha é a favor do réu, descobre-se um jeito, mesmo enganando o leitor, de mudar a situação para falar mal. Depois não sabem por que os leitores desistem dos grandes jornalões.
7 Comentários
Há décadas meu trabalho de conclusão no curso de jornalismo na USP, fiz um acompanhamento diário dos quatro maiores jornais do País. Tinha como pano de fundo revista e TV.
A conclusão foi estarrecedora. Nota dez com louvor.
Encerrado o curso, desliguei a TV e não passo em banca de jornais.
Leio o pontualmente necessário.
Tenho a mesma impressão desde que comecei a ler jornais e revistas, ouvir rádio e ver TV. Jamais tomei como verdade factual o que é noticiado pela grande mídia comercial. A imprensa brasileira sempre foi canalha, como contato Millôr Fernandes Há mais de 40 anos; esse grande intelectual, que faleceu em 2012, viveu o suficiente para ver os veículos de mídia migrarem da lama paras fossas e latrinas, o que ocorreu em 2010, como já demonstrei em artigos e ensaio. A partir daquele ano não leio, não ouço e não assisto ABSOLUTAMENTE NADA nas páginas do PIG/PPV. E não sinto a menor falta. Não clico nas páginas dos veículos da mídia comercial para não lhes dar audiência.
Todos nós sabemos que esta grande imprensa é e sempre foi canalha. Infelizmente ainda existem brasileiros que são analfabetos políticos que acreditam nas mentiras publicadas diuturnamente por esses criminosos. São cúmplices desse assalto ao país e nem se dão conta disso. Deveriam ter batido com uma panela de ferro, das grandes, na própria cabeça. Teriam feito um favor ao Brasil.
Nossa mídia de cada dia…
Parcialista, partidária, caolha e cretina!
Só publica o que lhe convém, deturpando a realidade dos fatos, na tentativa de manipular e alienar a grande massa.
O que vai sobrar dessa palhaçada : Desespero para arrumar um crimezinho qualquer do Lula para ele não voltar a ser presidente e escurraçar esses canalhas. Centenas de processos de indenizações a mídia podre e a funcionários públicos fraudadores de processos. O país entregue 2 anos a uma quadrilha que vai vender até a mãe e acabar com os direitos das pessoas até de se aposentar . Palmas para os caça dores de corruptos .
Prezados,
É impressionante a canalhice – não há termo mais apropriado – dos editores e controladores dos veículos que constituem o PIG/PPV. Esta reportagem, feita por um profissional que trabalhou em grandes jornais e emissoras de rádio e observador dá forma como atuam tais veículos, mostra que a obsessão em perseguir e criminalizar o Ex-Presidente Lula, o PT e a Esquerda tem exposto a perversidade e as ações criminosas continuamente cometidas pelos persecutores – sejam eles do MPF, dá PF, do PJ ou do PIG/PPV.
A trégua que as oligarquias que sempre mandaram no País deram ao PT, a Lula e à Esquerda durou menos de dois anos. Os mais atentos perceberam na farsa do chamado “mensalão” a primeira tentativa de golpe. Hoje só os analfabetos políticos e os mais reacionários e nszifascistoides mais rombudos ainda teimam em negar essa obviedade.
Como eu tenho comentado desde que a Fraude a Jato foi deflagrada, os que acusam o PT de ser a ORCRIM é que integram, eles mesmos, ORCRIMs institucionais. A Fraude a Jato e o PIG/PPV são as mais acintosas.
O Torquemada paranaense vai ficar com a brocha na mão; o ódio atávico, o preconceito de classe, o analfabetismo político, histórico e social, assim como o viralatismo em relação aos EUA, cujas ações de suborno e cooptacao se não podem ser afirmadas categoricamente, muito menos pode ser negadas, forçam o “juiz” de Maringá ao destino pré-tracado aquele que mandou prender Lula.
Mas a História está atropelando a sórdida trama golpista e antes mesmo do “grande finale” previsível os golpistas estão reduzidos ao que de fato sempre foram: vermes. No depoimento de anteontem o gigante Lula mostrou a diferença de estatura histórica, moral e de caráter entre ele e seus algozes. Sérgio moro é mais desprezível que Joaquim Barbosa e será jogado no ostracismo mais rapidamente. Quem viver verá.
Segue abaixo o texto corrigido do último comentário.
É impressionante a canalhice – não há termo mais apropriado – dos editores e controladores dos veículos que constituem o PIG/PPV. Esta reportagem, feita por um profissional que trabalhou em grandes jornais e emissoras de rádio e observador da forma como atuam tais veículos, mostra que a obsessão em perseguir e criminalizar o Ex-Presidente Lula, o PT e a Esquerda tem exposto a perversidade e as ações criminosas continuamente cometidas pelos persecutores – sejam eles do MPF, da PF, do PJ ou do PIG/PPV.
A trégua que as oligarquias que sempre mandaram no País deram ao PT, a Lula e à Esquerda durou menos de dois anos. Os mais atentos perceberam na farsa do chamado “mensalão” a primeira tentativa de golpe. Hoje só os analfabetos políticos e os mais reacionários e nazifascistóides mais rombudos ainda teimam em negar essa obviedade.
Como eu tenho comentado desde que a Fraude a Jato foi deflagrada, os que acusam o PT de ser ORCRIM é que integram, eles mesmos, ORCRIMs institucionais. A Fraude a Jato e o PIG/PPV são as mais acintosas.
O Torquemada paranaense vai ficar com a brocha na mão; o ódio atávico, o preconceito de classe, o analfabetismo político, histórico e social, assim como o viralatismo em relação aos EUA, cujas ações de suborno e cooptação se não podem ser afirmadas categoricamente, muito menos pode ser negadas, forçam o “juiz” de Maringá ao destino pré-traçado: aquele que mandou prender Lula.
Mas a História está atropelando a sórdida trama golpista e antes mesmo do “grand finale” previsível os golpistas estão reduzidos ao que de fato sempre foram: vermes. No depoimento de anteontem o gigante Lula mostrou a diferença de estatura histórica, moral e de caráter entre ele e seus algozes. Sérgio Moro é mais desprezível que Joaquim Barbosa e será jogado no ostracismo mais rapidamente. Quem viver verá.