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Graças a Lula, as Forças Armadas se beneficiam dos “atletas militares temporários”

Marcelo Auler e David Deccache

Mosaico dos mdedalhistas militaresNa postagem que editamos quarta-feira (17/08) – Vejam os medalhistas. E querem reduzir (acabar?) os programas sociais? – mostramos que os programas sociais, que os neoliberais do governo golpista Michel Temer propõem reduzir, ajudaram a, pelo menos, dez dos onze medalhistas brasileiros nestas Olimpíadas.

Nesta quinta-feira, com a conquista de uma nova medalha de bronze por Isaquías Queiróz dos Santos na canoagem, são 11 medalhas, das 13 que o Brasil ganhou, conquistas por atletas que se beneficiaram de programas sociais do governos.

Destacamos, inclusive, que as Forças Armadas apoiam 145 dos 465 atletas da delegação brasileira, através do Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (PAAR). Trata-se de uma iniciativa do governo Lula, em 2008, com vistas a melhorar a participação das Forças Armadas nas Olimpíadas Militares.

Em uma parceria dos ministérios da Defesa e do Esporte, o PAAR  teve o objetivo de fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível. Os esportistas têm à disposição todos os benefícios da carreira militar, como salários, plano de saúde, férias e assistência médica, incluindo nutricionista e fisioterapeuta, além de disporem de todas as instalações esportivas militares adequadas para treinamento.

Segundo informações da página do Ministério da Defesa, atualmente, 668 militares fazem parte do Programa Atletas de Alto Rendimento, sendo que 74 são militares de carreira e outros 594 temporários. Desse total, 251 são da Marinha, 230 do Exército e 187 da Força Aérea Brasileira. Dos treze medalhistas brasileiros nas Olimpíadas de 2016, nove estão entre estes “militares temporários), a saber:

Medalhas de Ouro: Thiago Braz da Silva (salto com vara); Robson Donato Conceição (boxe) e Rafaela Silva (judô).

Medalhas de Prata: Arthur Zanetti (atletismo nas argolas); e Felipe Almeida Wu (tiro esportivo).

Medalhas de Bronze: Arthur Mariano Nory (atletismo no solo); Rafel Baby Silva e Mayara Aguiar (ambos no judô); e Poliana Okimoto (natação).

A postagem recebeu críticas, compartilhamentos, mas, principalmente, um adendo bastante importante que foi a análise feita pelo ex-aluno da Escola Naval, David Deccache, que, para minha satisfação, permitiu compartilhar o seu trabalho apresentado na sua página do Face book. Ele, de forma bastante didática, mostra que na verdade as Forças Armadas estão se beneficiando mais destes atletas do que eles dela. Apesar de não se dever desmerecer o apoio.

O Programa já foi criado por Lula como uma forma de atender às Forças Armadas, que estavam para receber os Jogos Olímpicos Militares em 2011, mas tinham péssimas participações nos mesmos. Foi quando desenvolveram uma forma de atrair atletas que, como militares temporários, participariam das Olimpíadas Militares e ajudaram a melhorar os resultados do Brasil nas mesmas. Isto fica claro no trabalho de Deccache, que reproduzo abaixo, a partir da tabela por ele montada:

As Forças Armadas fazem sucesso nos esportes graças aos atletas “militares”

David Deccache

Quadro das Olimpíadas Militares

Quadro das Olimpíadas Militares

 “Tenho visto muita gente associar o sucesso dos atletas militares, nas olimpíadas do Rio, à disciplina e organização que caracterizam as forças armadas. Além disso, muitos justificam as saudações militares (continência) nos pódios como um gesto de gratidão desses atletas em relação às Forças Armadas.

Bem, eu pensei um pouco e cheguei na seguinte conclusão : quem faz esse tipo de análise está invertendo completamente a relação de causa envolvida no raciocínio. Não são os atletas que estão fazendo sucesso no esporte graças às Forças Armadas. É justamente o oposto! São as Forças Armadas que estão fazendo sucesso nos esportes graças a esses atletas.

Analisando rapidamente o histórico das Forças Armadas Brasileiras nos Esportes de Alto rendimento fica claro o que estou falando. Explico: Em 2008 , o Governo Lula, através da criação do Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas Brasileiras, visava incorporar atletas de altíssimo nível e com reconhecidas conquistas a nível mundial nas equipes militares. Dentre os objetivos do programa estava, como questão central, a realização dos Jogos Militares Mundiais no Rio de Janeiro em 2011. O Governo Lula se preocupou em evitar que as nossas Forças Armadas – dado o fraquíssimo retrospecto nos jogos militares anteriores – fossem envergonhadas em solo nacional.

Em 29 de julho de 2011, a presidente Dilma Rousseff recebeu os atletas militares medalhistas nos 5º Jogos Olímpicos Militares, realizado no Brasil. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Em 29 de julho de 2011, a presidente Dilma Rousseff recebeu os atletas militares medalhistas nos 5º Jogos Olímpicos Militares, realizado no Brasil. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Esse raciocínio pode ser demonstrado com base nos dados de desempenho das Forças Armadas nos jogos militares que se iniciaram em 1995:

I Jogos Mundiais Militares ( Itália -1995) : O Brasil não ganhou NENHUMA medalha de Ouro , levando apenas uma prata e 2 bronzes. Só para termos algum critério comparativo para medir o tamanho do fracasso, a Rússia , a primeira colocada nos jogos , levou 127 medalhas para casa. O Brasil terminou em 36° lugar.

II Jogos Mundiais Militares (1999) : O Brasil ganhou apenas 1 Ouro e somou um total de 8 medalhas.

III Jogos Mundiais Militares (2003) : O Brasil ganhou, novamente, apenas 1 Ouro e somou ainda menos medalhas: 6.

IV Jogos Mundiais Militares (2007) : Novo Fracasso! Nenhum Ouro e apenas 3 medalhas

Diante dos sucessivos fracassos, o Governo Lula decidiu que não era conveniente usar atletas com formação militar de carreira para representar o Brasil nos Jogos Militares de 2011. Decidiu-se incorporar atletas civis, com ótimos antecedentes e conquistas já cristalizadas a nível mundial, nas Forças Armadas. Esses atletas mudaram o retrospecto de fracassos. Nos Jogos de 2011, o desempenho dos Atletas, recém incorporados nas Forças Armadas – “Militares Fakes” – foi o seguinte:

V Jogos Mundiais Militares ( Rio – 2011) Os atletas de alto rendimento incorporados pelo Governo Lula nas Forças Armadas brilharam e reverteram o velho histórico de fracassos do Brasil nos Jogos Militares: foram nada mais nada menos que 45 Ouros, 114 medalhas no toral e um incrível primeiro lugar no quadro geral de medalhas.

Enfim, esses atletas foram incorporados nas Forças Armadas por terem um histórico de rendimento de altíssimo nível e visavam contribuir para evitar novo fracasso nos Jogos Militares do Rio em 2011. As Forças Armadas, se realmente valorizam o esporte, devem enorme gratidão ao projeto do Governo Lula e a esses atletas- militares fakes – que reverteram o histórico de fracassos do Brasil nos jogos militares.

Os atletas não estão fazendo sucesso por conta do apoio das forças armadas , é justamente o contrário: são as forças armadas estão fazendo sucesso graças a esses atletas.

19 Comentários

  1. André Wilde de Almeida neves e souza disse:

    Acho que é o inverso as forças armadas não precisa desses atletas e sim os atletas precisa das forças armadas ele entraram como voluntário já que os nossos atletas não tem apoio financeiro e nem estrutura para treinar e melhorar o seu rendimento se alistam nas forças onde essas vagas são prevista desde da época da ditadura se a procura atletas de alto nível aumentou nas fileiras das forças armadas e porque o investimento do ministério dos esportes caiu muito, meu amigo petista um atleta russo,americano,chinês ou até mesmo cubano não são militares porque não compensa ser militar uma vez que seus governantes investe no esporte para de ficar iludindo a si mesmo isso é feio

  2. FHC e Lula, ambos comunistas.

  3. Ginno Verneck disse:

    Quanta ignorância!
    “Sucesso militar brasileiro nas olimpíadas militares”. BALELA!!!
    Tinham que ter vergonha. Tremenda fraude. Basta ver os retrospectos.
    Usar atletas de alto desempenho que não são de carreira, única e exclusivamente para melhorar o desempenhos nos jogos é mais uma canalhice dos governos petistas.
    Enquanto outras nações investem em melhor preparação para seus militares-atletas, o Brasil aluga dos eventos civis atletas já preparados.
    Usar atletas para ajudar nas performances dos militares é uma coisa. Disfarçá-los de militares para vencer competições é de uma falta de esportividade e fair play do tamanho do Everest.
    Mais uma lamentável faceta dos estelionatários políticos do PT.
    Que se adeque para os civis tal qual para os militares.

  4. Josias Cavalcante disse:

    Caro Srs Marcelo e David.
    Como explicar as três medalhas, ouro, prata e bronze do Brasil no Tiro, em 1920 a Antuérpia, Bélgica ganha pelos Tenente do Exército Guilherme Paraense e cuja equipe era formada por militares, tendo ainda o capitão Afrânio Costa e o médico militar Fernando Soledade.
    O Lula não tava lá, né!

  5. Edvaldo Véras disse:

    Lula como mestre em mentir e enganar à todos , com mais uma maracutaia para enganar o Brasil e o mundo !!!
    O Brasil ganharia as medalhas de qualquer forma se os atletas não fossem militares .
    O apoio que as forças armadas precisava era armas e investimentos que esse governo comunista nunca deu , deixou nossas Forças Armadas sucateadas e sem a importancia a sua altura e importancia !!!
    Espero que eles paguem por todos os prejuízos morais , éticos , e econômicos que causaram nestes 13 anos a nosso maravilhoso Brasil , PT nunca mais !!!

  6. Edson André disse:

    Não seria só os atletas militar sabem usar e usufruir do bolsa atleta, pois os civis não sabem e recebem da mesma forma.
    Prova de que o ensino militar é mais eficiente

  7. Ricardo disse:

    E desde quando maior resultado de uma história fracassada é sinônimo de sucesso….
    Nem mesmo o modesto top ten vao conseguir

  8. Dalmey disse:

    A diversificação das modalidades nas quais o Brasil ganhou medalha ou atingiu posições próximas ao pódio antes inimagináveis já mostra que o programa é inovador e também atende a todos sem distinção. E um programa de médio a longo prazo e que nos colocaria dentre as potências já nas próximas Olimpíadas. Se não for interrompido, evidentemente.

  9. Selma disse:

    Gostaria que os militares fizessem um trabalho de base, tiraria o chapéu para eles. Agora, apoiar atleta de alto nível é muito fácil. Quero ver apoiar a criança até chegar lá. O dia em que os militares fizerem escolinhas e apoiarem iniciação esportiva, apoiarem treinadores, aí vou tirar o chapéu. Por enquanto, não. Pegar atleta pronto é muito fácil. técnico, Marcos Goto

    Lula como sempre enganando o povo!!!

    • rita disse:

      cuidado com esse tipo de raciocínio. ele pode servir para aqueles que querem acabar com o programa. aí voltaremos a estaca zero, cada atleta por si.

    • rita disse:

      e as forças armadas fazem. só que é um trabalho de longo prazo. e as forças armadas não precisam de escolinhas. elas tem uma estrutura incrível a disposição.

  10. ISIDORIO ARAUJO disse:

    Parabéns aos Militares das Forças Armadas, que com garra e dedicação conseguiram mostrar para o Povo Brasileiro e aos Comandantes Militares, que o investimento valeu a pena e que este programa não pode haver descontinuidade.

  11. João de Paiva disse:

    Nada melhor e mais demolidor das mentiras ufanistas daqueles que tentam capitalizar em cima do sucesso de atletas, este decorrente de ações e iniciativas dos governos petistas do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff, do que um relato de um ex-aluno da Escola Naval, colocando as coisas em seu devido lugar. Parabéns ao jornalista Marcelo Auler e ao ex-aluno da Escola Naval David Deccache.

    Esta reportagem, com a inestimável contribuição do David Deccache, deveria ser mais do que suficiente para tirar da letargia, da apatia e da indiferença covardes os chefes das três Forças Armadas. Esses chefes militares deveriam convocar uma entrevista coletiva e reconhecer pùblicamente tudo que os governos populares do PT fizeram pelas FFAA e pela recomposição dos setores estratégicos de Defesa. Mais do que isso, esses chefes deveriam se manifestar sobre o desmantelamento do Programa Nuclear Brasileiro, sobre a prisão do vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, sobre a proposta entreguista de conceder aos EUA o uso da Base de Alcântara, sobre venda da Mectron a empresa israelense-estadunidense e entrega do setor de defesa ao ‘inimigo’.

  12. Ricardo disse:

    O Brasil foi um fracasso geral no quadro de medalhas pra um pais sede. Retrato de um governo que não investe nisso mas pro blogueiro o que importa é babar ovo

    • Maria Cardoso disse:

      Desculpe, mas você não apresenta fatos. E, ao não se basear em fatos, não possui argumentos válidos em contraposição. O que lhe resta é a raiva rábica e infecciosa de quem não se atém à realidade, posto que ignorante = aquele que desconhece a existência de fato, que não está a par de determinado fato. Lamento muito.

  13. Dalmey disse:

    Leia-se : “enche” e não “enxe”.

  14. Dalmey disse:

    O que falar DESSA INICIATIVA FANTÁSTICA?

    É UMA IDÉIA SIMPLESMENTE GENIAL.
    Ganham o FANTÁSTICOS ATLETAS DO BRASIL;
    Ganham as valorosas FORÇAS ARMADAS DO BRASIL;
    Ganha O POVO BRASILEIRO que se enxe de orgulho;
    Ganha o ESTADO BRASILEIRO por ter implementado algo tão GENIAL;
    ENFIM, NADA SE PERDE, É AINDA SE INVESTE NA DIGNIDADE DESTES ATLETAS QUE ORGULHAM 205 MILHOES DE BRASILEIROS E ELEVAM O NOME DA PÁTRIA E SÍMBOLOS NACIONAIS AO LUGAR MAIS ALTO.

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