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Delegados federais recuam e não entregarão cargos
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Marcelo Auler

No oficio que começa a receber assinaturas hoje, delegados renunciam aos cargos de chefia (Reprodução editada)

 

Em um documento que começa a receber assinaturas nesta quinta-feira (18/03) e que deverá ser entregue ao diretor-geral do Departamento de Polícia Federal (DPF), Rolando Alexandre de Souza, no dia 28 de março, quando a instituição completará 77 anos, os delegados federais de todo o Brasil colocam à disposição os seus cargos de chefia e anunciam a disposição de “recusar a assumir toda e qualquer função de chefia e/ou comissionada”.

Na carta que deverá contar com a adesão de uma grande quantidade de delegados, os signatários afirmam que no governo de Jair Bolsonaro o DPF e o serviço público em geral sofrem “um desmonte jamais visto com tal intensidade em governos anteriores”.

O movimento busca para a Polícia Federal “um tratamento digno e similar ao dispensado aos militares, membros do poder Judiciário, Ministério Público, Legislativo e outras Instituições correlatas”.

Esse protesto vem sendo idealizado há algum tempo. Mas ganhou força a partir do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/20 que a pretexto de fazer a Reforma Administrativa retira direitos dos servidores públicos e atinge diretamente a carreira dos policiais federais em geral.

Vinganças políticas

O debate que vinha sendo travado nos bastidores do DPF se corporificou no Ofício Nº 19/2921 da Delegacia de Segurança Privada (DELESP) da Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro (OFÍCIO Nº 19/2021/DELESP/DREX/SR/PF/RJ), tendo à frente o delegado Marcelo de Souza Daemon Guimarães, autor da assinatura eletrônica da carta.

O Ofício relembra que os policiais federais não pararam de trabalhar “um só dia durante a pandemia de coronavírus, diferentemente das outras Instituições envolvidas na persecução criminal”.

Ao falar das medidas implementadas pelo governo federal que estão desmontando a Polícia Federal e o serviço público em geral, destaca que “é dever dos Delegados de Polícia Federal estar ao lado da sociedade contra esse ataque ao Estado Democrático de Direito”.

Eles associam estas medidas contra o DPF a uma vingança “dos grupos políticos afetados” pelo “intenso combate à corrupção e aos desvios de recursos públicos, sem distinções de grupos eleitorais ou econômicos que a Polícia Federal desenvolveu nas últimas décadas”.

Reclamam, por fim, do “aparelhamento das Instituições e servidores militares em detrimento das civis, como se pôde verificar pelo tratamento dispensado nas PECs 06/19, 186/19 e 32/20, as quais sepultam a boa qualidade na prestação dos serviços públicos no país.”

Delegados da Polícia Federal entregam cargos de chefia

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3 Comentários

  1. Claudio disse:

    Quem é que vai renunciar uma mamata dessa.. Para né,…

  2. Francisco de Assis disse:

    Ora, ora, ora. A GRANDE MAIORIA desses senhores militou para eleger o corrupto Aécio Neves (PSDB), em seguida deu todo o suporte para os corruptos Moro e Dallagnol e sua quadrilhas lavajateiras (inclusive na PF), e por fim, achando pouco, batalhou para eleger o corrupto genocida Jair Bolsonaro. Compondo, em tese, uma polícia dita de “inteligência”, mas, cegos e emburrecidos pela estupidez ideológica contra a esquerda e ansiosos – verdadeiro frenesi! – para servir aos endinheirados donos do Brasil, achavam que seriam bem recompensados e privilegiados num governo de um miliciano primata e extremista, que, como tal, detesta a inteligência e prefere a força bruta, cega e assassina de militares robotizados para servir aos seus intentos criminosos.

    Se cumprirem a promessa de renunciar aos cargos – difícil que renunciem às mamatas dessas posições de poder -, poderão, em breve, ser comandados por coronéis do exército ou da polícia, novos Ustras e Fleurys, para a repressão a ferro e fogo da esquerda. Quantos desses senhores aceitarão de bom grado uma tal missão, se, a partir daí, obtiverem o que reclamam agora?

  3. Brasil , jamais mudarás o que és . disse:

    Enquanto a população vive de auxílios , enquanto os empresários sobrevivem sei lá como , sendo tratados como verdadeiros marginais , enquanto os industriais que geram milhões de empregos não sabem mais o que fazer , os funcionários públicos , magistrados , membros do ministério público e principalmente políticos , vivem em um mundo mágico de OZ . Todos pararam de trabalhar sim ! Setores foram fechados , atendimento ao público parece que é favor , e ainda não tiveram Nada de desconto nos salários como todas as pessoas vivas desse país , ao contrário , querem aumento ! Seria hilário se não fosse um escárnio .

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